8 - Tutorial do desespero em 5 passos

37 4 0
                                    

"Mesmo se disserem não
Tento pensar em outra coisa em vão
Estou preso a algo
Isso me sufoca, isso me distrai
Isso me assusta tanto quanto me atrai"
- Falling, Heaven

🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻

A partir do dia 2, tínhamos que dormir em beliches de dormitórios com outros participantes. Claro e evidente que o bonito do Hyunjun grudou em mim e fomos para o mesmo quarto com outros 6 garotos. Havia 70 pessoas na competição, então mesmo que tenham ficado 14 pessoas por classificação, nos dormitórios, podíamos escolher onde ficar independentemente da nossa equipe. Danny não mostrou interesse em nos seguir para o mesmo quarto, afinal havia 9 dormitórios praticamente iguais para escolher.

Como foram 10 episódios, cada de quase 1 hora de duração (e com muitas horas a mais de gravação que foram cortadas), é impossível falar de tudo o que aconteceu no Make It Work, então vou falar dos melhores momentos.

Momento 1: Quando fui escolhido como líder da primeira etapa do programa. Bom, nossa primeira tarefa ocorreu quando, por meio de sorteio, fomos separados em 10 grupos de 7. No meu, não havia nenhum da classificação Diamante, o que fazia as pessoas pensarem que estávamos desfavorecidos. Além disso, tínhamos 3 membros da classificação Bronze. Eu realmente não vi isso como algo ruim, porque eu vi a apresentação deles e sei que não ficaram por último por falta de talento, apenas tiveram mais falhas que os outros naquele momento de tensão.

Tínhamos que discutir primeiro quem seria o líder e, como ninguém estava muito confiante, pedi para ser e eles concordaram. "Então você virou o capitão só porque ninguém mais queria? O que tem de demais nisso?", deve estar pensando. É exatamente isso que aconteceu, fiquei nessa posição porque ninguém mais estava interessado em assumir a responsabilidade de orientar cada processo. Meu papel era administrar o time, então pedi para que votássemos para decidir quem seria o integrante central (aquele que mais aparece na performance, que consegue ter mais presença de palco e melhor expressividade na dança), o vocalista principal e o rapper principal. Foi assim que nos deparamos com um problema imenso: não havia caído nenhum rapper no nosso time. E, para decidirmos isso, fizemos curtas apresentações para nós mesmos. O que me surpreendeu é que eles lembravam de mim no primeiro episódio e disseram que seria uma boa me colocar para ser vocalista secundário e rapper principal.

- Rapper? Principal? Eu? - Perguntei surpreso quando disseram que gostaram mais da minha pronúncia.

- A nossa música é feita para 4 vocalistas e 3 rappers. - Lembrou um dos participantes.

- Misericórdia... Por que eu? Eu sou vocalista, nunca treinei rap, só vi pessoas fazendo.

- Ninguém tem ideia de como se faz rap, seu amigo fez rap muito bem no episódio 1.

- E é por isso que acham que eu sei fazer rap? - Perguntei rindo e os garotos afirmaram com a cabeça e com sorrisos.

- Acho que você consegue fazer algumas partes impactantes porque sua voz é bem alta e eu posso ser o rapper secundário, já treinei rap por um período. Entre nós, você foi o melhor. - Um dos meninos, que parecia ser o mais novo entre nós, tentou me tranquilizar.

Acabei aceitando essa loucura, aspirado pelo espírito rapper que havia no Danny e no Hyunjun e baseado naquilo que já observei de ambos. Enquanto eles treinavam a letra normalmente, fiquei andando de um lado para o outro em zigue-zague enquanto tentava pronunciar um rap, que era bem ritmado, ótimo para o estilo do Danny. Como queria ter feito pelo menos algumas aulas de rap antes daquilo. Já que eu tinha que me virar de algum jeito, decidi contar com o fato de que minha voz é grave e que consigo falar alto para dar entonações diferentes, ora mais profunda, ora mais gritada. Seja lá o que isso quer dizer, na minha mente significava algo.

SHOW HOMICIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora