12 - De repente, Heaven

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"Aqui os dias escurecem cedo
Sinto falar de você
Ao ponto de enlouquecer
Quando acordava e te via
Estava tão acostumado
Quando tudo mudou e eu parti
Perdi o nosso céu estrelado"
- Stary Sky, Heaven

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   Havia algo de errado, contudo, eu não era capaz de enxergar, isso já deve ter ficado bem claro. Acho que há momentos difíceis pelos quais passamos com os outros que não são fáceis de explicar, de verbalizar. É quase mágico quando alguém consegue compreender as coisas sem ter que dizer uma só palavra. Assim que voltei ao dormitório, me deparei com Hyunjun fazendo massagem no próprio joelho. Me sentei ao seu lado na minha cama com os braços cruzados e o analisei.

     - Parece que o velho Hyunjun precisa parar de fazer essas loucuras de gente jovem. – Comentei.

     - Não dá para evitar esse tipo de coisa. Já estava dolorido, apenas fiz um movimento que não devia...

     Ele estava bastante concentrado na própria perna, seu olhar estava baixo. Havia algo de errado, eu não o culpava por estar daquele jeito. Era completamente compreensível. Entretanto, eu não sabia de tudo o que estava acontecendo com o meu amigo, porque ele não contou. E eu não perguntei.

     No dia seguinte, houve uma grande reunião com todos os envolvidos no projeto de criação do K.O.K, o que incluía o presidente Hoon, os outros membros, o gerente Seunggi e mais umas cinco pessoas que eram da equipe de publicidade e de design.

     - Nós já temos a prévia de músicas, algumas já foram compradas e outras ainda estão por serem finalizadas. Planejamos iniciar a divulgação em 1 mês por meio de fotos e vídeos curtos para fazerem as pessoas ficarem curiosas. – Seunggi falou olhando uma folha entregue por um dos outros funcionários.

     - O novo contrato de vocês tem muitas novas cláusulas, então entreguem aos seus pais. Queremos isso assinado o quão antes para podermos dar início ao resto do processo. Damos o prazo de uma semana – O chefe falou e entregou uma papelada para cada um da pilha que estava próxima a ele.

     - Assim que todos tiverem assinado, vão começar a treinar a coreografia da música título do primeiro mini álbum. Não adiem a assinatura, por favor. Por enquanto é só. – o gerente Seunggi disse.

     - Só isso? – Danny questionou em nome de todos.

     - Sim. O restante das coisas não podemos falar ainda, já que não assinaram o contrato, porém fizemos essa reunião para discutirmos como será a imagem de vocês. Isso a gente irá resolver entre nós e contaremos quando legalmente entrarem no projeto. – Seunggi falou com um leve sorriso. Ele sabia bem que estávamos muito curiosos.

     Não tínhamos muitas outras opções se não sair da sala e voltarmos as nossas rotinas de exercícios e treinos. Estranhamente, Danny e Chansung não dirigiam palavras a nós. Não éramos próximos, mal nos víamos, mas sabia que no futuro teríamos que mudar isso se quiséssemos viver bem em grupo. Naquele dia, fui dispensado mais cedo, arrumei uma mochila com o contrato dentro e comecei a andar a pé até a casa dos meus pais. Eu nem sabia mais se era certo chamar aquele lugar de "minha casa". Eu ainda lembrava do caminho, porém havia alguns meses que eu não voltava à residência, conversava com os meus pais quando eles iam diretamente ver como eu estava na empresa. Minyoung também chegou a ir ao prédio para me ver e os meninos ajudaram a fazer um tour pelo lugar com ela. Acho que minha irmã ficou bem impressionada naquele dia, porque tempos depois ela veio dizer que queria ser cantora como eu. E eu tentei fazer ela entender que, antes de qualquer coisa, ela deveria terminar a escola, já que eu sabia que ela não era como eu. Minyoung não poderia virar uma negação acadêmica também, poderia se esforçar tanto para estudar e ter uma carreira ao mesmo tempo que isso seria cansativo. A vida de alguém que é figura pública não é tão comum ao nível de se poder viver uma vida escolar tranquilamente.

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