SHOW HOMICIDA

32 - Mimos para os amigos

"Não fui ensinado a falar o que penso
A lidar comigo mesmo
E me perco toda vez
Quando me perguntam como me sinto"
- Born to be, Heaven

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Acabar a turnê e poder voltar para a Coreia do Sul depois de tanto tempo fora era uma sensação ótima. É bom acordar e ir dormir no mesmo lugar por mais que uma semana, por isso senti tanta falta daquele dormitório. Dessa vez, vou falar de um curto período entre o fim daquela temporada de shows e a volta da programação normal do K.O.K. Deixaram a equipe descansar por 5 dias para nos recompormos daquele monte de viagens sem fim, em seguida, finalmente paramos para conversar com Seunggi, porque eu tinha pedido para fazermos uma reunião antes da volta à programação usual.

Nós relembramos bons pontos e certos detalhes que não deram tão certo naquela turnê. Explicamos que precisávamos de mais seguranças e que nos sentíamos mais à vontade cantando em coreano para os coreanos e os demais dispostos a ouvir, invés de em inglês para o resto do mundo. Danny não concordava com essa parte, o que faz sentido, já que inglês é sua língua materna. Ainda assim, sinceramente, eu gostaria que a música de nosso país, independentemente do artista que tivesse tal honra, crescesse não por estar voltada ao público ocidental, mas por ser autêntica e cheia de nossa cultura. Uma vez que, na nossa história, já fomos desprezados vezes demais por sermos diferentes e, atualmente, não devemos temer ser originais. Não devemos adaptar nossa cultura para nos adequar ao resto do mundo, não estamos cometendo nenhum crime fazendo o que sabemos fazer no nosso próprio estilo. Tudo bem ter influências externas, porém, nos desprender da nossa identidade simplesmente por fama não me soava bem.

Na reunião, fiquei um pouco incomodado com algo que estava preso na minha garganta, por isso segurei um assunto para o final, quando já não parecia haver muito mais a ser dito.

- Será que não podemos descansar por mais um tempo?

- Mais tempo? Por quê? - O gerente estranhou.

- Todo mundo ficou mexido com esse monte de show, queria no máximo ficar mais tempo focando em treinar do que aparecendo em programas.

- Não deve ter ideia de o quanto as emissoras coreanas querem saber sobre como foi esse grande passo que deram fora do país. Lucraram mais que o COSMO nessa turnê, se saíram bem. Inclusive, aquele corte que deu no apresentador doa Estados Unidos foi aplaudido por algumas pessoas por aqui, para o nosso alívio - Seunggi sorriu de lado.

- Ainda assim, não há nenhuma possibilidade? - insisti.

- A Highlight gastou muito com esse evento de vocês, precisam continuar marchando para a empresa continuar investindo em vocês. Sabem que férias é um luxo que não podem ter agora, estão praticamente consolidados na música nacional, todo jovem já ouviu o nome do K.O.K.

- E como vai ser a nossa agenda? - Perguntou Danny pulando de vez o tópico.

- Programas de entretenimento, entrevistas... Yunho, Haru e Nian foram chamados para posar para uma revista, inclusive.

- Até eu? - Haru perguntou.

- Sim, disseram que você tem corpo para posar. Deve ser por causa da perda de peso... - Seunggi reduziu o tom de voz na última frase. Caramba, Seunggi.

- Que legal. Digo, não faz sentido terem logo me chamado. - Haru sorriu.

- Mais alguma coisa? Álbum novo? - Danny questionou.

- Claro, como sempre... De novidade, fechamos algo interessante para o próximo ano, considerem os próximos meses uma preparação para o reality show da vida de vocês. - Seunggi contou.