Love isn't a good thing

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- Aonde vai? - minha empregada pergunta ao me ver tentar sair de casa.

Ela se preocupa mais comigo do que meus próprios pais.

- À casa da minha vizinha. - digo.

- Aquela garota esquisita que começou a morar aqui? Toma cuidado, que essa doença pode pegar.

- Sou imune. - dou de ombros, indo aonde eu já deveria estar.

Caminhei alguns passos, percebendo que ela já estava plantada na porta de sua casa.

Poderia dizer que a mesma estava ansiosa se não percebesse sua expressão decepcionada.

- O que foi? - pergunto.

- Não tem farinha.

- E como você pretendia fazer biscoitos sem farinha, sabichona? - questionei, incrédulo.

- Eu vou comprar! Só vai atrasar um pouquinho, você pode esperar! - ela bateu os pés no chão com força, sem perder muito tempo para seguir o caminho até o mercado, que não é muito longe.

Fui atrás dela e nem sei por quê.

Talvez eu prefira comprar farinha a passar o dia inteiro em casa sem fazer nada.

A ruiva se equilibrava na beirada da calçada, quase como se estivesse em uma corda bamba, enquanto cantarolava uma melodia qualquer.

Revirei os olhos, já impaciente com o ato.

- Você nunca fica quieta?! Qual o seu problema?!

- Por que você está gritando? - perguntou serenamente, sem parar o que estava fazendo.

- Porque você me irrita!

- Eu te irrito? - ela parou de andar, me encarando com um semblante curioso. - Por que veio, então?

- Pensei que seria melhor que ficar em casa, mas parece que me enganei.

- E você pensou que comprar farinha seria divertido? - perguntou, rindo da minha cara. - Que cabecinha tola a sua. - continuou a andar no mesmo lugar.

- Você não consegue ser normal por cinco minutos?

- Se ser normal significa ser como você, eu estou fora. - sorriu, voltando a me perturbar com sua cantoria.

Tentei ignorar a garota, mesmo sendo quase impossível, já que faltava pouco para chegarmos.

Quando finalmente chegamos à porta do mercado, Sadie felizmente parou de cantarolar.

- Acho que está aqui perto. - ela coçou a cabeça, aparentemente duvidosa. - É, está aqui perto.

Não demorou muito para que eu encontrasse o que procurávamos, já que o esquecimento da mesma não ajudou em nada.

Já havíamos pagado tudo, até que a garota simplesmente paralisou quando iríamos sair do estabelecimento.

- O que foi agora?

- M-minha mãe. - gaguejou, observando uma mulher baixa e bem acima do peso vindo em nossa direção.

- E o que tem ela?

- Sadie Sink! - a mulher apertou o braço da garota, aparentemente com uma força fora do comum. - Você não deveria estar em casa?! - disse num tom de voz elevado, atraindo a atenção de muitos.

- E-eu só vim comprar farinha... Não tem como eu fazer biscoitos sem ela. - respondeu, se encolhendo.

- Acho bom mesmo. E esse menino? Está com você? Sabe que não é bom uma garota sair por aí manchando sua imagem dessa forma, não sabe?!

Smile | FadieOnde histórias criam vida. Descubra agora