Smile | Fadie

Thanks for being my happiness

obs: recomendo que leiam o capítulo anterior, porque tenho certeza que ngm vai se lembrar de nada e tem alguns detalhes importantes e específicos de lá.

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Quase como se ocorrera de um dia para o outro, as constantes manifestações, que eram consideradas um grande problema para Terry, acabaram repentinamente e, para mim, inexplicavelmente. Talvez porque optei por nunca questionar nada ao homem que importuna minha vida, porque não tenho nenhuma pretensão de render nenhum assunto com ele, por mais necessário que aparenta ser. Por fim, posso sair novamente e com mais tranquilidade, considerando que ninguém vem se preocupando com minhas ausências ou fazendo indagações ao me verem ameaçar deixar o domicílio sempre conturbado demais. Ademais, sinto que realmente traumatizei Sadie por conta do que falei, considerando que é notável que a mesma vem sendo um tanto precavida em relação a tudo, como se isso tivesse mexido por completo com sua mente tão ingênua. 

Dentro do veículo onde o silêncio pairava, o meu percurso discreto, que vem ocorrendo com menos frequência, parecia mais longo, como se a cidade estivesse mais movimentada ou tudo propositalmente estivesse contra mim. O motorista dirigia sem pressa, em uma calmaria que quase fazia com que a pouca paciência que geralmente me esforço para ter se tornasse cada vez menor no decorrer do tempo. Não poderia me alterar, levando em conta que havia de se considerar a probabilidade de ele suspeitar disso, então obrigatoriamente teria que me esforçar.

- Pode a acelerar um pouco, por favor? - pergunto, e ele faz o que eu peço sem mesmo questionar.

Minha mente só conseguia pensar na falta que sentia de Sadie, e nada poderia suprir isso a não ser vê-la. Era como se a distância de apenas dias pudesse se extender a semanas em minha concepção.

- Obrigado - agradeço por instinto (ou convivência).

Adentro a biblioteca, como de costume, e aguardo até que o motorista deixe o local, para que, assim, eu pudesse seguir meu verdadeiro destino. Certamente a bibliotecária estranha o ato, mas ela não poderia me expulsar por isso até porque não estou fazendo mal a ninguém.

Cinco minutos se passaram, e logo já estava seguindo caminho à casa da garota responsável por meus delírios. Sadie diz que o amor deixa as pessoas loucas, e eu acabei percebendo isso durante o tempo. A mesma sempre tagarela demais, mas boa parte do que ela diz fica guardado em meu subconsciente por tempo indeterminado. Julgo serem coisas que servem como lições de vida e que realmente não devem ser esquecidas e, inconsciêntemente, acabo por manter isso.

Bati à porta e me distanciei um pouco, caso Miau aparecesse repentinamente e decidisse me atacar. Após aguardar alguns segundos, chamei por Sadie diversas vezes, mas não obtive resultado, apesar de ouvir arranhões de gato na porta. É péssimo que não há formas de se avisar que estou indo vê-la, considerando que pode ser tudo em vão, caso ela não esteja em sua residência. Não fazia ideia de onde ela estaria e não poderia simplesmente procurá-la, então , assim sendo, sabia que teria de passar boas horas lendo algo que despertasse meu interesse.

Começo a caminhar de volta para a biblioteca, porém, ao estar a poucos passos de lá, algo me deixou atônito e internamente apavorado. O motorista que há minutos atrás havia sumido do meu campo de visão, estava em frente a onde eu supostamente estava. Era como se ele soubesse que eu retornaria cedo. Entrei no veículo sem pronunciar uma única palavra, mas o homem não perguntou nada sobre o fato de que eu não estava onde deveria. Ao invés disso, ele me surpreendeu com algo que eu definitivamente não estava à espera.

- Sem excessões por hoje, senhor - alegou. - Você pode ir aonde quiser.

Temi que fosse apenas uma forma de me prejudicar, mas um motorista principiante não teria razões para o fazer. Um sentimento me conturbava e fazia minhas mãos suarem. Não queria pensar sobre, mas senti que precisava o fazer. Nada parece fazer sentido, ou talvez eu somente não queira que faça.