Smile | Fadie

Do you envy me?

Sempre tive uma vida monótona, cheia de regras e padrões, onde nunca há alterações.

Pensava que sempre seria assim, até uma mudança brusca acontecer quando eu menos esperei.

O dinheiro mexe com a mente das pessoas, e isso influencia em basicamente qualquer decisão que for tomada.

Minha mãe estava tendo relações há um tempo atrás com um milionário, solteiro e bem sucedido da cidade.

Aparentemente ela viu as vantagens e os privilégios que teria com alguém mais poderoso e acabou querendo oficializar isso.

Em uma das agressões de meu pai, onde ele apontava uma arma em minha testa, minha casa abruptamente foi invadida por uma boa quantia de policiais armados, que geralmente dormem em serviço.

Sei que ela não fez por mim, até porque a mulher já deixou bem claro que queria somente o dinheiro do homem, mas foi um benefício para mim também.

Agora, vivendo em um bairro rico e de melhores condições, percebo que as coisas realmente podem dar certo às vezes.

Terry Multimilionário Foster não é a melhor pessoa do mundo, mas é um homem legal.

Não me dá ordens, me permite sair quando eu quero e às vezes até pergunta como foi meu dia.

Ele é independente, faz o que quer, tem um forte estilo que exprime poder e provavelmente é um ninfomaníaco.

Como nem tudo sai como planejado, Sadie mora a quilômetros de distância, porém isso é só um obstáculo.

Obstáculos são feitos para serem pulados ou desviados, e eu obviamente já fiz isso.

Para não ficar sem as aulas diárias, um dos vários motoristas particulares de Terry a busca e leva todos os dias, então isso deixou de ser um problema.

Sadie teme que sua mãe descubra e acabe a proibindo de estudar, já que a mulher alega que esse direito jamais deve ser dado às mulheres, porém não vou permitir que isso aconteça.

A ruiva é extremamente inteligente, seria um desperdício impedir que ela aprimore seu conhecimento e acabe passando o resto de sua vida trabalhando rigorosamente e ganhando pouco ou sendo uma dona de casa comum, assim como a grande maioria da população feminina.

- Ei, Finn! Você entendeu a última questão? Matemática não é meu forte. - a garota pergunta, me distraindo de meus pensamentos.

- Regra de três. - digo. - É a solução para qualquer coisa que você não saiba resolver. Não qualquer coisa, mas nesse caso é válido.

- Entendi. Obrigada. - ela sorri, voltando sua atenção ao exercício que fazia. - Como está indo o poema?

- Eu acabei.

- Sério? E é sobre o quê? - ela pergunta, sem tirar os olhos da folha de papel.

- Não sei explicar direito... - minto.

- E quando é que você vai me mostrar? - pergunta, finalmente largando seu lápis. - Consegui. - sorri, orgulhosa.

- Hum.. depois.

- Como quiser. - diz, guardando seu material. - Tenho que comprar algumas coisas de casa... Vejo você amanhã?

- Você tem que comprar? E a sua mãe?

- Ela está trabalhando muito... Não tem tempo o suficiente pra isso, então eu mesma posso fazer.

Cansei disso.

- Sadie... - chamo sua atenção, e a mesma me encara com um semblante curioso. - Você sabe que a sua mãe não está trabalhando da forma que usualmente fazia, certo?