Betrayal • tododeku (reescrevendo)

Capitulo 9

"O problema é que os seres humanos têm o dom de escolher exatamente aquilo que é pior para eles."

Não sabia exatamente quando, mas era óbvio que desenvolveu certo afeto por Kirishima, assim como ele por si. Eles nunca mais haviam de fato dormido juntos, mesmo assim tinham que se ver todo dia no trabalho e de algum jeito acabavam dando alguns amassos. Contudo, Katsuki não conseguia mais do que isso, pois a voz de izuko vinha a sua mente, e a culpa o corroía. No entanto, terminar com Izuko não era uma opção, sabia que agora era tarde demais. Depois de anos de devoção, não poderia deixar todo o esforço do ômega ser em vão. E sabia o quão desolado ele iria ficar.

Izuko era obcecado por Katsuki, e o loiro sempre soube disso e também tinha noção que não era algo saudável, mas nunca conseguiu o impedir, no fundo, até gostava disso. Infla seu ego e o fazia se sentir importante, afinal, existe alguém disposto a largar tudo e até mesmo suas próprias vontades para viver em prol de si. No entanto, com o tempo aquilo foi ficando assustador, viu o Midoriya que aprendeu a amar se desmontar e moldar até ser o ômega que a Sra. Bakugou queria. Abriu mão de seu curso de graduação dos sonhos para seguir o caminho que a sogra escolheu, ele não tinha mais vontades, não era mais o mesmo. No entanto, não importava o que Katsuki fizesse ele ainda não desistia.

O loiro tentava o empurrar milhares de vezes, mas Izuko ainda o amava, e com o tempo ele simplesmente desistiu, se acostumou com aquele Izuko e tentou aprender a amar ele novamente, afinal, não seria terrível amar de volta alguém que o amava tanto.

E mesmo depois de anos tentando se enganar, nunca conseguiu o aceitar totalmente. Foi por isso que nunca o marcou. Não importa quantas brigas com sua mãe aquilo gerasse. Nunca iria o marcar enquanto não o amasse de verdade. Até que apareceu Kirishima Eijiro, e parecia apenas simples o marcar, era como se fosse apenas a coisa certa a se fazer.

— Eijiro, faz sentido um alfa querer marcar outro alfa? — ele deixou escapar, e se surpreendeu com isso, mas Kirishima apenas parecia pensativo na resposta.

— É um sentimento normal, pra falar a verdade, você não é o primeiro alfa que eu me envolvo. Coisas assim acontecem e mesmo que eu já tenha sido chamado de aberração, não vejo nada errado nisso. Eu descobri de muitos como eu que tem relações como a nossa, sabe? Dois ômegas ou dois alfas. Sem se importar com padrões. E os alfas normalmente marcam um ao outro, mesmo que não tenham como fazer uma marca permanente, já que o corpo deles rejeita. Continuamente se marcando, indo contra seu corpo... Acho que isso é amor.

Katsuki não gostou da resposta, afinal, não poderia estar amando outra pessoa. Muito menos um alfa. Por isso continuou olhando para a rua enquanto dirigia, fingindo que estava concentrado demais para esboçar uma reação.

— Mas por que a pergunta do nada? Está pensando em me marcar? — Kirishima disse com certo humor, nem mesmo ele levava o pensamento a sério. — Talvez eu aceite, minha vida seria mais fácil se eu não precisasse tomar supressores toda hora.

A partir do momento que alguém era marcado, ninguém além de quem o marcou conseguia sentir seus feromônios, então era claro que as pessoas gostavam de buscar um parceiro para as marcar, era bem mais simples que depender de remédios que possuem diversos efeitos colaterais.

— Não, você deve marcar alguém que acredita que ficará para sempre.

— Você ficou sério do nada.

Diferente de Bakugou, Kirishima parecia do tipo que não levava nada a sério, ele estava sempre sorridente e leve. Ok, pelo menos Katsuki sabia qual era seu tipo.

— Eu só quis dizer que eu nunca vou marcar alguém que eu não tenha certeza que é meu destino. O destino não irá me trair.

— Uau, não imaginava que era do tipo romântico. Então você também acredita em alma gêmea?