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-Leonardo está com 3 meses, pode acreditar nisso?- encarei Matteo sem paciência
-Você não sabe calar a boca por um miserável minuto?- pergunto impaciente
Havíamos acabado de descer do jatinho e eu já me encontrava em solo italiano, em Sicília. Matteo não calava a boca em momento algum, isso era uma característica dele. Minha mãe sempre falou que ele puxou minha tia, totalmente falante, sem filtro, noção e comunicativo. Subimos a serra passando por alguns monumentos até chegarmos no lugar mais seguro de Sicília, o palácio de Demor, a mansão, minha casa.
Havia um grande portão e muitos guardas, vampiros. Eles deixaram eu entrar livremente, estacionei o carro em frente ao chafariz e desci do mesmo acompanhado de Matteo que seguia falando pelos cotovelos.
-Não acredito que vou ver meu filho, faz dois dias que não vejo ele!- Matteo diz animado e os guardas abriram a porta da mansão, entramos
Era completamente estranho voltar a casa onde nasci e cresci, um sentimento de nostalgia e também de estranheza. Eu me sentia acolhido e ao mesmo tempo me sentia como se não pertencesse mais aquele lugar. Meus pés tocaram o mármore frio do grande salão e encarei o mesmo. As pessoas que andavam ali me encararam curiosas e surpresas, estavam apressadas e era óbvio, amanhã seria o baile. O último baile antes do meu casamento.
-Killian?- sorri ao escutar a voz de minha mãe -Oh me Deus, Killian!- minha mãe correu em uma velocidade anormal até mim e me abraçou
Mesmo eu sendo incrivelmente maior que a mesma, o abraço dela era como um ninho e essa sensação era única. Sorri encarando os olhos verdes banhado a lágrimas de minha mãe
-Olá mamãe.- sorri pra mesma que me abraçou mais uma vez
-Feliz aniversário meu guerreiro!- ela me apertou em seus braços fortemente -Por um momento pensei que ia fugir como eu.- ela quebra o abraço
-Vou esperar o baile para fugir no meio dele como você.- ela bufou e riu
-Estava com saudade do seu temperamento meu amor.- ela acariciou minha bochecha e barba -Seu pai está no escritório e quer te ver.- assenti
-Oi tia, sentiu minha falta também?- Matteo diz divertido e mamãe o encara
-Matteo você estava aqui a dois dias atrás.- ela ri -Sua esposa e filho estão lhe esperando, no seu quarto.- em segundos meu primo não estava mais lá
-Vou falar com meu pai.- digo e minha mãe segura meu braço
-Corvina chegou está madrugada, fale com ela.- assenti andando em direção ao escritório
Senti um cheiro de rosas e avelã, o que fez meu corpo parar no meio do caminho. Eu conhecia esse maldito cheiro desde meus 5 anos. Era inevitável não sentir a presença de corvina na mansão. Última vez que a vi eu tinha 16 anos e ela apenas 15, seus cabelos eram compridos e castanhos vivos, ondulados nas pontas. Ela tinha um rosto angelical e isso deixava qualquer um louco. Sua inocência era tanta que me fazia querer tirá-la a Força. Corvina era a perfeição em pessoa, tanto no falar, andar e respirar. Eu definitivamente não estava preparado para vê-la novamente.
Respirei fundo e segui o caminho até o escritório, havia duas pessoas lá dentro, entrei no mesmo sem bater na porta ganhando a atenção de meu pai e minha avó.
-Killian!- vovó Reyna, assim como minha mae, se pôs a chorar e a me abraçar, sorri -Por céus como estás mais lindo!- ela me encara e segura meu maxilar -Olha esses olhos, mais azuis ainda, sempre soube que no final iria puxar seu avô e seu pai. Estás tão lindo!- ela aperta meu rosto e encaro meu pai que estava sério mas seus olhos entregavam o sorriso
-E a senhora não mudou nada.- seu olhar ficou sério e ela me soltou
-Ora essa Killian, senhora é a sua mãe!- ela bota as mãos na cintura e andei até meu pai
-Estava preparando um exército de vampiros atrás de você.- ele diz me encarando
-Iria sacrificar seus homens?- ele sorri e o abraço
Meu pai era alto como eu e forte como eu, eu era o perfeito espelho dele. Minha avó dizia que eu era parecido com meu avô também, mas até meus 15 anos eu era idêntico ao meu pai. Meus olhos, cabelo, tudo. Hoje estou um pouco diferente mas não muda o fato de ser incrivelmente parecido com ele, em quase tudo. Minha personalidade é completamente a da minha mãe.
-Matteo veio com você?- meu pai pergunta quebrando o abraço
-Sim, já foi ver Cornélia e Leonardo.- meu pai assenti
-Fresgus quer conversar com você pela manhã, agora acho que você deve descansar, amanhã será o baile para comemorar seu aniversário e pré casamento.- trinquei o maxilar
-Tudo bem.- falo e percebo que minha avó não estava mais no escritório
-E como anda as alcateias?- o encaro, meu pai odiava lobisomens mas era a pessoa que mais me apoiava em tudo
-Estão bem, meus betas estão no comando de tudo.- digo -Assim que eu liderar tudo sei que muitas coisas mudarão.- meu pai assenti
-Toda revolução tem seu preço, Killian.- seu olhar era sério mas eu sabia que havia preocupação ali
-Eu sei.- ele assenti -Vou para o meu quarto, um daqueles banhos não seria nada mal.- pisquei e meu pai sorri de lado
-Se vir sua mãe fala que estou indo para o quarto.- assenti saindo do escritório
Em segundos eu havia subido as escadas e já estava na frente do meu quarto, antes que eu abra a porta escutei uma voz impossível de não reconhecer, duas na verdade.
-É claro que não!- sua voz era gentil mas divertida
-Santa mordida, Corvina! Um preto lhe cairia muito melhor.- franzi o senho escutando a conversa, Corvina e Hebe andavam de costas para mim conversando naturalmente
-Eu prefiro rosa.- ela diz e sorri, todos preferimos rosa nela
Encarei suas costas. Porra! Ela havia crescido, era uma mulher formada e muito bem formada. Suas pernas eram definidas e grossas e não muito comprida, sua altura era parecida com a de minha mãe e eu estava ansioso para ver seu rosto. Maldita vampira!
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CORVINA -2
WerewolfKillian tinha um dever a cumprir, um dever como líder. O único problema era que ele iria liderar dois mundos! Lidar com o seu poder era um desafio, principalmente quando se tem 200 anos e está prestes a comandar tudo. Ele só não sabia que, a...