Capítulo 10

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Elisa

Olho minha amiga dormindo e solto um suspiro cansado, não consegui dormir direito essa noite morrendo de medo dela ter outra crise

Shelly tem terror noturno e noite passada ela teve uma, ela acordou em pânico e sem conseguir se mexer, a mãe dela não estava em casa quando aconteceu então ela me ligou chorando – Solto um suspiro de alivio por ter convencido ela a ter baixado o aplicativo que faz chamadas pelo comando de voz - então eu larguei tudo e sai correndo até ela - sim eu corri, mais chocada impossível - acho que a preocupação que eu senti por ela naquele momento abafou qualquer bloqueio em relação a isso

E o engraçado que eu nem reparei que estava correndo, só fui me tocar disso, quando esbarrei nos meninos e a Bia disse que eu estava correndo –surreal

Abafo minhas risadas para não acordar ela, já eram seis da manhã eu tenho que ir para casa me arrumar, como a mãe da Shelly já está me casa, vou embora sem receio de deixa-la dormindo

Desço as escadas e vejo a Tia Mônica sentada no sofá tomando uma xicara de café

- Oi tia – digo baixinho

- Oi querida – ela sorri para mim e levanta sua xicara – Café?

- Não obrigada, já vou indo qualquer coisa a senhora me liga está bem?

- Ligo sim querida – ela se levanta e me abraça – Obrigada meu amor por cuidar dela ontem

- Que isso tia – ela me solto e eu sorrio para ela – Amigas são para isso

Ela sorri e eu me despeço saindo

Começo uma caminhada de volta para casa e tento espantar o sono do meu corpo, eu queria muito ver se eu consigo correr agora depois de ontem, mas estou com tanta preguiça que descarto logo essa ideia

Acho que o turbilhão de coisas que eu ando fazendo durante a semana e a noite mal dormida de ontem me deixaram com um nível de preguiça que a muito tempo eu não tinha

Caminho alheia as coisas ao meu redor, até que o vento bate no meu rosto trazendo um aroma que a muito tempo eu não sinto, flores, terra e ar puro, me viro e me dou conta que estou na rua das casas de frente para a floresta, e de repente o sono evapora do meu corpo

Respiro fundo e volto a andar fingindo que nada aconteceu, e consigo essa proeza por 5 minutos até ouvir um barulho de um galho se quebrando, paro de andar na mesma hora

Não se vira, não se vira, não seja burra, falo isso para a minha consciência mais não adianta muito já me sinto meu corpo se virando na direção do barulho me aproximo, e espero, nada, silencio total

Mordo o lábio e solto a respiração, estava para me virar quando ouço outro barulho de galhos seguido do som de folhas sendo remexidas – meu sangue gela, e não mexo um milímetro se quer – é então algo semelhante ao som de passos vem da mesma direção dos outros barulhos, e eu não preciso de mais nada para me virar e sair correndo

Porém não dou nem dois passos direito, sou impedida de correr quando me choco contra o peitoral de alguém, perco o equilibro e me preparo para uma queda quando sinto os braços na minha cintura que me impedem de cair, levo as mãos aos ombros da pessoa para me equilibrar – meu coração bate acelerado – Tento me soltar mais a pessoa me aperta mais, então levanto minha cabeça é olho em seu rosto é quase morro de susto outra vez

- Heitor – Digo idiotamente

- Você está bem? – Ele pergunta preocupado

Balanço a cabeça fazendo que sim

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