4⁰CAPÍTULO

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Escrito com Giohaugusta

Continuação...

–Eu lhe daria o respeito se você merecesse tia Zelda. –Sabrina cuspiu as palavras para sua tia. –Você não faz ideia nenhuma do que vai ser ter um demônio dentro de si, eu só quero fazer a coisa certa e te ajudar. –Ela continuou falando mesmo sem nunca ter tido experiência sequer com gravidez alguma.

Ambrose se interpôs entre sua tia e sua prima gritando um "chega" ao ver que Sabrina havia ultrapassado todos os limites, ele sabia que a prima queria ajudar mas estava fazendo tudo da maneira errada pois não conseguia enxergar a felicidade de sua tia com aquele bebê independente de ser meio demônio pela parte de sua outra mãe. Ele não poderia deixar que a prima tratasse a tia daquela maneira e não fazer nada sobre isso. Hilda se colocou ao lado de Zelda e franziu as sobrancelhas em uma expressão reprovadora para a atitude de Sabrina.

Aquela atitude de sua sobrinha foi a gota d'água para a matriarca dos Spellman, ela não admitiria aquela falta de respeito vindo de Sabrina. A ruiva havia sacrificado anos da sua vida para dar o melhor a adolescente, tentava suprir de todas as formas a falta que os pais faziam para a garota, para agora quando ela precisou de apoio ser retribuída daquela forma. Ela simplesmente não aguentava mais, todas as vezes que as coisas não saiam como a sobrinha queria, ela simplesmente surtava e magoava quem estivesse perto e Zelda estava cansada disso, cansada de não ser reconhecida, cansada de ser sempre jogada para escanteio e principalmente cansada de Sabrina deixar sempre claro que ela não era sua mãe quando justamente tudo o que ela sempre fez pela garota era o que uma mãe faria. 

A mesma sentia como se o seu coração tivesse sido destruído, da forma mais dolorosa possível, de todos que poderiam falar palavras tão dolorosas, da sua sobrinha era a pessoa que ela menos esperava ouvir, foi como se uma ferida se abrisse, uma ferida que não parava de sangrar, que ela sabia que dificilmente se fecharia. Onde foi parar aquela menina doce e querida que Zelda havia criado, a amado como se fosse sua, Ela realmente queria ter a resposta, na verdade ela tinha a resposta só não queria admitir, sua antiga e adorável sobrinha havia morrido e no seu lugar estava uma bruxa adolescente mimada que só se preocupava consigo mesma.

Zelda olhou profundamente para a adolescente em sua frente, mesmo com Ambrose ficando no meio de ambas, ela queria Sabrina ouvisse cada palavra sem ter ninguém a protegendo, assim, a mesma movimentou a sua mão direita para o lado fazendo com que o jovem Ambrose fosse jogado para a parede. 

–Eu sou a Suma Sacerdotisa da Igreja da Noite, sou a Diretora da Academia de Artes Ocultas, a melhor obstetra bruxa que já existiu e por fim a figura de maior autoridade nessa casa, se tem uma coisa que você deve ter por mim é respeito. –A matriarca dos Spellmans falava de uma maneira que deixou todos que estavam no ambiente amedrontados, até os familiares se retraíram. –Não tente comandar a minha vida ou exigir que eu siga as suas ideias tolas, porque nunca irá conseguir. Eu sei muito bem como vai ser gerar uma criança que por séculos eu desejei ter, já estou sabendo muito bem, então não venha me dizer que uma adolescente bruxa mimada sabe mais que uma bruxa que já trouxe várias crianças ao mundo. Não se dê ao trabalho de passar essa vergonha.

A expressão desafiadora que Sabrina carregava no rosto se desfez aos poucos conforme Zelda fora colocando para fora cada palavra que expressava sua dor pelas coisas que ouvira. As luzes da cozinha que refletiam no rosto de Sabrina mostraram que os olhos castanhos dela cintilavam com lágrimas, não lágrimas de tristeza e sim de raiva. Ela não entendia porque a tia não queria fazer o que era o certo segundo Sabrina e isso a irritou profundamente.

–Eu...eu odeio você, Zelda Spellman. –Ela rosnou e deixou as lágrimas de raiva escorrerem pelo rosto vermelho dela, antes que qualquer um pudesse falar qualquer coisa ela saiu em disparada para seu quarto, onde se trancou e selou as portas e janelas para que ninguém entrasse.

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