03 | SERÁ QUE NESSE MATO TEM CACHORRO?

584 83 8
                                    

• - - - - - - 3 - - - - - - •

— Se o Taeyong perguntar, diga que nos encontramos por acaso. — Jaehyun falou assim que chegamos na calçada da minha casa e eu olhei pra ele com o cenho franzido.

— Isso é medo do Taeyong?

— O quê? Medo do Taeyong? Apenas não quero que as coisas fiquem más interpretadas.

— Haha, você é muito engraçado mas sem a graça em si. — Debochei e o garoto apenas não disse nada. — Você é tedioso.

— O quê? — Ele perguntou ainda confuso e eu apenas dei de ombros. — Está dizendo que eu sou um tédio?

— Sim, nada divertido, não é tão comunicativo, não sente nada, é uma pedra de fato. — Concluo.

Apenas lhe dei as costas e entrei em minha casa, minha mãe provavelmente deve estar no trabalho ainda, no entanto, o Taeyong estava em casa e vegetando no sofá, ele nem era para estar em casa, esse garoto está se graduando em que afinal de contas?

— Você é o primeiro e deve ser o único universitário que vive jogado no sofá de casa. — Reclamo e Taeyong revira os olhos. — Deve estar brincando de receber um diploma, pelo que vejo.

— Sabia que você fala demais?

— Seu amigo estranho está lá fora. — Aviso antes de subir as escadas e ir para os meus aposentos até porque eu sou uma princesa.

Quem me dera!

Assim que adentro o meu quarto, sinto que enfim vou ter algum momento de paz e sossego, sem aquelas pessoas nojentas do colégio por perto pra me infernizar, parando melhor pra pensar, ler os sentimentos dos outros me deixa cansada, ainda mais aquele esquisitão.

— Verdade, eu me sinto tão mais exausta agora, tenho que parar de ficar tentando ler ele. — Falei pra mim mesma jogando a minha mochila em cima da cadeira giratória.

Preciso pensar com mais clareza e fazer apontamentos do porque este ser 'humano' não ser como os outros. Será que há outras pessoas como ele? Se houvesse então poderia até ter como matar minha curiosidade e embora eu tenha tentado interrogar ele, nada saiu como o esperado, o cretino é incrédulo demais e eu sou impaciente demais, tenho que pensar melhor no que fazer para a donzela abrir o bico.

Pensar me fez ficar com tanta fome que o meu estômago mais parecia um trovão a cada roncada que dava. Sai do meu quarto na intenção de ir até a cozinha encontrar algo para matar a minha fome mas aparentemente o universo conspira ao meu favor e por isso presenciei a cena mais cômica talvez que já tenha visto na vida.

— O que vocês dois estão fazendo? — Perguntei os assustando e Taeyong deu um pulo no sofá me olhando assustado.

— Nada!

— Vocês iriam se beijar? Eu atrapalhei?

— Tae-Ha, para de dizer bobagem! — Taeyong ficou alterado de repente mas eu não me abalei muito com isso.

— Taeyong não precisa ter vergonha, se você realmente tiver outros gostos eu vou respeitar isso, juro que não conto para os nossos pais! — Confessei e ele me olhou como se dissesse que eu sou uma idiota.

— Eu sou hétero, se você ainda não percebeu. — Ele revirou os olhos.

— Se você se diz hétero, então o que ele é? — Perguntei apontando em direção a Jaehyun que não havia dito nada até o momento, até porque o único a ter tido um ataque de gay panic ali foi o Taeyong.

— Eu me identifico como uma pedra. — O Jung explica simples e eu olhei pra ele séria.

— Haha, que engraçado usar meus argumentos ao seu favor em um momento inoportuno como este. — Ele apenas balançou a cabeça e eu me virei para sair dali pois minha barriga estava roncando.

One Percent of Love - Jung JaehyunOnde histórias criam vida. Descubra agora