Um grito por ajuda

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Eu estava com medo, eu conseguia ouvir a minha respiração a acelerar e o meu coração a acompanhar os passos dos meus pulmões. Eu estava com imensas dores, principalmente no interior da minha vagina. Eu não me conseguia mexer ou gritar, estava tão fraca e exausta e super confusa.

- Dartallius? - sussurrei
- Meu, ela está para acordar, dá mais uma volta e depois deixas-me acabar com ela.
- Ok, vai. Bela adormecida, relaxa está é a última volta.

Eu estava bastante zonza, por isso não consegui distinguir se aqueles eram os rapazes do acidente. Consegui sentir um deles a pegaram-me os braços e o peso dele mim, quando dei por mim, eu estava a ser violada.

"NÃO...NÃO POR FAVOR, EU ESTOU GRÁVIDA. POR FAVOR"

A minha mente continuou a repetir essa frase, mas quando eu tentava abrir a boca as palavras formadas não saiam... eu estava a entrar em choque, eu não me mexia, eu não gritava, eu lutei...Para além de sentir uma entrada forçada pelo meu útero, também senti algo a sair do mesmo local. E doía tanto. Eu ainda não estava a perceber o que estava a acontecer, senti as minhas pernas a molharem-se enquanto o moço entrava e saía de mim.

"MAS QUE RAIO?"

- Fuel ela era virgem? - ouvi
- Não sei...isso é sangue??...
- meu, isto....

Deixei de ouvir a conversa e transportei-me para um outro mundo, onde eu não sentia dor nenhuma, num mundo onde eu obedecia o Dartallius e aceitava segurança máxima.

Depois de alguns minutos desligado, voltei só mundo cruel e cheio de dor, o meu mundo. Já não ouvia a voz dos rapazes, por isso deduzi que eles já não estivessem cá. Consegui sentir que ainda estava molhada e quando tentei levantar, era sangue. Nunca me senti tão sozinha, como senti-me naquele momento, não foi porque não havia ninguém comigo ali, foi porque a única companhia que era obrigado a andar comigo seja la por onde eu ia, acabava de morrer.
Eu não tinha tempo de chorar, eu queria era sair dali , andei um pouco e não vi o meu carro, assumi que os rapazes tivessem levado, com todas minhas coisas lá.

Decidi então voltar a casa do Edgar, a andar, cheia de dores, em todo corpo.
Estava neste momento a mergulhar num mar de tristeza, é um sentimento que não desejo nem as pessoas que mais odeio no mundo.

Antes de chegar a casa do Edgar, lembrei-me que vi uma cabine de chamadas, andei até lá, para ligar ao Dartallius porque eu já não aguentava mais.

- Dartallius?

_________

POV Dartallius

- ONDE É QUE ESTÁ A MINHA MULHER THEO? PASSAM-SE DUAS HORAS E ELA NÃO ESTÁ EM LADO NENHUM? MAS QUE PORRA DE FALTA DE COMPETÊNCIA É ESSA THEO?
- Senhor, eu juro, eu fui a casa do Senhor Edgar e ele disse que a Senhora Paris já havia saído, na verdade ela saiu 1 hora antes da hora combinada
- E SAIU PARA ONDE?
- não sei dizer senhor.
- NÃO SABES FAZER O TEU TRABALHO? É ISSO QUE ESTÁS A DIZER...
- Dartallius CHEGA. - o meu pai gritou. - Paris saiu, ela deve ter ido dar uma volta ou ver roupas de bebé ou até ver a mãe, depois do drama contigo ela não teve o tempo de ver a mãe.

Mantive-me em silêncio.

- Theo, estás dispensado- o meu pai disse.
- Sim senhor.
- Algo não está bem...
- Dartallius calma.

O meu telemóvel tocou e era um número desconhecido. Mal atendi ouvi a voz roca e quebrada da Paris.

- Dartallius ?
- Paris, merda onde é que te meteste?
- eu preciso de ajuda Tallius, estou na cabine de chamadas, perto da casa do teu pai. Por favor. - a linha caiu
- Merda. - corri para o carro.
- Dartallius o que está a acontecer? - o meu pai gritou
- Liga para ambulância AGORA.

A Mulher do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora