Monstro

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(Horas mais cedo)

P.o.v. Draco

Quando acordei e vi que Granger estava encolhida dormindo calmamente me levantei e me arrumei, deixei que dormisse, fui atrás de uma distração, voava pelo campo de quadribol despreocupado, afim de esquecer o que dissemos ontem a noite.

Sentia que a cada dia, hora, minuto que fosse em que estava perto dela era perigoso, porque conhece-la poderia fazer com que eu me apaixonasse ou sentisse tudo que vinha tentando afugentar dentro de mim. Estava destinado a não amá-la já que se o fizesse ambos morreríamos, mas me questionava como senti tudo durante anos atrás e agora é que isso se tornou um grande problema. Saber da existência da maldição tornou tudo pior, eu havia me conformado que não a teria nem se quisesse, mas agora, sabendo que mesmo que isso pudesse acontecer, por maior loucura que fosse, teria um fim trágico.

Desço da vassoura e quase que imediatamente eu a arremesso para longe, estava bravo, comigo e com a pessoa que nos amaldiçoou.

- O que te deixa tão bravo?- olho em direção a voz que fala comigo.

- O que faz aqui?- pego a toalha que estava no banco e passo em meu pescoço para tirar um pouco do suor.

- Perguntei primeiro.- ela ri e eu reviro os olhos.

- Não estou com paciência hoje Tori.- sigo para o vestiário pensando em tomar um banho.

- Sabe que sua mãe e a minha espera por uma resposta.

A reputação da minha família no mundo bruxo ainda não é uma das melhores, mesmo depois de muitos meses desde a guerra ainda estamos manchados como comensais. Nos unir a família de Astória que saiu como vítima poderia nos ajudar a limpar o nome das nossas empresas, recuperar parte do respeito a minha família, mas depois de conviver com um constante cenário de casamento sem amor tudo que quero é me unir a alguém que eu verdadeiramente amo, o que não é o caso com Tori.

Ainda assim minha mãe anseia pelo dia do meu casamento e como é muito amiga da senhora Greengrass ela deve se agradar com essa loucura. Fiquei de lhe responder como disse na última carta que lhe enviei, disse que pensaria na possibilidade, ainda que essa seja uma das últimas coisas que se passam na minha cabeça.

- Diga que esperem mais.- lhe respondo secamente.

- É tão difícil nos imaginar casados?- pergunta do batente da porta enquanto adentro ainda mais o vestiário.

- Eu não te amo Astória e você merece mais que um casamento sem amor.

- Mas eu te amo e você pode aprender a me amar.- ao ouvi-la dizer isso dou um sono na parede enquanto tiro a roupa para tomar meu banho.

- Não é assim que as coisas funcionam Tori, eu não vou me apaixonar por você porque...

- Por que não pode aceitar? Por que é tão difícil tentar me amar Draco?- abaixo a cabeça e encosto a mão na borda da pia, suspiro irritado, quando volto a levantar a cabeça, pelo reflexo do espelho a vejo atrás de mim.

- Porque amo outra pessoa.- as palavras saíram com tanta facilidade que fiquei um breve segundo surpreso comigo mesmo, não havia admitido que a amava assim em voz alta, porque era perigoso ama-la.

A pior das reações surgiram em seu rosto, espanto e raiva junto a lágrimas.

- Me dê um tempo para decidir Tori, me deixe pensar.

- Quem é ela?- sua voz me deu arrepios, estava furiosa, eu a conhecia muito bem para saber disso ainda que ela tentasse disfarçar com a tristeza de suas lágrimas.

Não queria magoa-la, Tori e eu nos conhecíamos desde pequenos, crescemos juntos praticamente.

- Me responde Draco, quem é ela?- me virei para olha-la melhor.

Maldição a Bela e a Fera (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora