Granger

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Pov. Hermione

Naquela madrugada amarga meu corpo pedia por um descanso, depois de um banho relaxante me jogo na espaçosa cama e me cubro com os lençóis macios cor de vinho. Encarei o teto na expectativa de apenas apagar e não sonhar com nada, mas a cada dia os pesadelos pareciam mais reais, dessa vez não foi diferente.

E lá estava ela, sentada embaixo de uma árvore observando o lago negro, o lento levava seus cabelos e ela suspirava frustrada. A garota das visões, a garota morta pela maldição que assombra o sobrenome Malfoy e agora me cerca também.

"- Como vou fazer isso? Como vou te fazer esquecer?- ela murmurava baixo para o nada."

A via brincar com um pingente pendurado em seu pescoço, uma bela rosa esverdeada.

"- Granger?"- nos duas viramos a cabeça ao mesmo tempo, ele era mesmo a imagem idêntica a de Draco, mas o que me surpreendeu é o fato da garota amaldiçoada ser minha parente.

Naquele cenário maluco eu só esperava que fosse coisa da minha cabeça, mas era impossível que fosse.

 E sem mais nem menos eu era ela, sentia as sensações daquela lembrança como se fosse de fato minha, levantei apressada e caminhei em sua direção, eu não tinha controle das minhas ações, não sabia o que fazia apesar de parecer saber.

"- Nunca pensei que você faltaria a uma aula sequer, sabe-tudo."- revirei os olhos com o apelido bobo.

Depois disso tudo passou muito rápido, os olhares entre as aulas, até menos no jantar, o dia passou em um piscar de olhos e agora eu estava parada em frente a seu dormitório, ele também era monitor chefe na época, aparentemente assim como minha parente.

Quando a porta abriu ele estava com uma calça folgada, cabelos molhados e camiseta larga. Fui tomada por seus lábios e puxada para dentro, passaram-se horas de carinhos e sorrisos bobos trocados, deitados em seus lençóis pretos com detalhes pratas, todo o ambiente em tons escuros.

"- Logo poderemos assumir para todos o que temos."- ele solta enquanto faz círculos com seus dedos sobre a minha pele, arrepiando todo meu braço, ainda sem encarar meus olhos, com a voz baixa.

Era muito estranho beija-lo como se fosse algo simplesmente natural, mas era... para ela era completamente normal  estar deitada na cama do sonserino que me atazanou durante todos os anos em Hogwarts. Então a cada palavras que minha parente falava vibrações corriam pela minha cabeça me forçando a repeti-las como se fossem de fato minhas. 

"- Mas e seus pais? Todo seu legado Malfoy? Achei que ser puro-sangue fosse algo relevante para você."

"- Não importam, logo serei maior de idade, eles não podem fazer nada, não vou deixar que encostem um dedo em você."- seus dedos se emaranham nos cabelos da minha nuca, relaxando toda a tensão que sentia.

"- Você sabe que não são só eles. Boatos de que comensais passaram a se reunir e caçar nascido-trouxas vem crescendo, se eles souberem, com toda influencia que sua familia tem..."

"- Não deixarei que encostem nenhum dedo em você." - ele segurou meu rosto com uma das mãos e me fez encara-lo, seu tom de voz era sério e ele queria que eu confiasse me suas palavras firmes, então faz um doce carinho na minha bochecha e sorri bobo apesar de tudo, eu nunca tinha visto seu sorriso de tão perto, não na minha época e eu sabia que eles não eram a mesma pessoa e nem tinham a mesma personalidade, o Draco Malfoy que eu conheço não faria isso."- O que você fez comigo?"

"- Nem eu sei."-  E dizer isso doeu, porque aparentemente ela havia tomado uma decisão, eu senti meu peito apertar.

Quando ele havia dormido me levanto e saio do quarto, assim que entro no dormitório é como se estivesse voltando a observar o cenário como uma simples espectadora, como um mero fantasma. Ela anda até o sofá e toma o livro que ali estava jogado, era um livro de feitiços e o que estava escrito foi de doer o coração.

Maldição a Bela e a Fera (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora