Maldição a Bela e a Fera (Dramione)

3- Aviso

Acordo atordoada sendo balançada por uma ruiva maluca chamada Gina.

- Assim vai se atrasar, vem vamos logo.- ela me apressa e por poucos segundos me pergunto como fui parar no quarto, a noite passada parecia mais um sonho ou uma mera coincidência.

Depois de me trocar as pressas e ir tomar café eu me encontrava sentada numa cadeira olhando para o nada. A sala de aula estava silenciosa na minha cabeça, analisava as possibilidades na minha mente, afinal quais seriam as chances daquela maldição ser real e porque eu teria sonhado com ela?

- Senhorita Granger?- a nova professora de História da Magia chama minha atenção me tirando de meus devaneios.

- O que?- alguns alunos me encaravam, um deles era o loiro no canto da sala.

- Gostaria de compartilhar o que tanto passa pela sua cabeça? Pelo visto, é mais importante do que prestar atenção na aula.- vasculho o olhar pela lousa e o nome maldições chama a atenção, parece ser a oportunidade perfeita para perguntar.

- A senhora sabe alguma coisa sobre a maldição bela e a fera?- seu rosto pálido se espanta e as orbes verdes se arregalaram.

- Uma maldição tão antiga, bem... não se sabe muito sobre ela.- ela dá as costas e vai para frente da turma que ouve atentamente.

- Foi comprovado que quem estava amaldiçoado era o garoto?- pergunto curiosa.

- Do começo, para que todos entendam, essa maldição ganhou esse nome em homenagem a um conto trouxa muito antigo, apesar das origens não serem parecidas. Dois jovens aqui de Hogwarts a 400 anos atrás se apaixonaram porém foram enfeitiçados por motivos desconhecidos de uma colega. ambos foram encontrados mortos no jardim da escola envoltos de um feitiço que parecia ligar eles dois, como se filetes de magia os circulassem, verde e vermelho.

- Sonserina e Grifinória? Estavam mesmo apaixonados, quem já viu? Seria tão improvável quanto Draco Malfoy se juntando aos bonzinhos, afinal ele é um comensal.- um garoto que desconheço fala e alguns da turma riem.

- Eram sim um aluno da sonserina e uma aluna da grifinória, só para informar eu não permito esse tipo de comportamento na minha aula.

- Mas enfim, respondendo sua pergunta Hermione, não foi comprovado que ele estava amaldiçoado, mas presumiram que sim, a varinha estava em sua mão quando o acharam. Inclusive, este ano faz mais de 200 anos que outra morte ocorreu, do mesmo jeito, o mesmo sobrenome, Malfoy era um deles, o da garota nunca fora revelado.

Olhei de relance para Draco que parecia distraído, nenhum pouco interessado.

A aula se seguiu e quando acabou corri para alcançar um certo loiro encrenqueiro. Parei em sua frente e por breves segundos nos encaramos.

- O que quer?

- Não quer saber sobre a maldição que por um acaso tem seu sobrenome envolvido?- eu estava quase que indignada por ele não ligar para isso.

- Hermione, eu tenho mais com o que me preocupar.- sua face sombria pairava agora, não mais o Malfoy do primeiro dia quando me viu na biblioteca, nem o de anos atrás, o olhando assim de tão perto era óbvio que ele guardava um segredo.

- Mas não pode mentir e fingir que não te interessa, você não é burro Draco, deve ter notado que de acordo com o que a professora falou este seria o ano da 3 morte, faz sentido não faz?- ele revira os olhos e respira fundo.

- Depois conversamos sobre isso, adeus Hermione. - e assim ele sai, bufei irritada e vou atrás de Gina.

No almoço conversamos e rimos em conjunto com alguns amigos e colegas novos. Estamos sentados do lado de fora na grama quase que recém cortada. De longe eu vejo somente a floresta e mais grama, por um momento algo como uma lembrança passa por meus olhos.

"- Ela está vindo atrás de nós, venha temos que correr.- dois jovens correm pela grama com as mãos entrelaçadas e com os uniformes de suas casas.

- Não adianta, quanto mais eu fico perto de você pior fica, eu não consigo fazer isso.- quando seus rostos me são aparentes eu percebo a semelhança assombrosa entre o garoto e Draco.

- Vamos dar um jeito, nos podemos...- ele é interrompido.

- Não adianta, não temos como deter a maldição, não com tão pouco tempo.

- Não posso desistir de você, eu te amo.- ele a pega em seus braços e a abraça mas suas palavras parecem feri-la pois ela grita de dor e agarra o peito.

- Você deveria me odiar, amar me machuca, foi isso o que nos trouxe até aqui.- ela fala cansada.

- Não é você falando, eu já entendi isso.- então ela nega com a cabeça o encarando.

- Você não entende Malfoy, isso nunca daria certo, me deixe quebrar seu coração, me deixe faze-lo esquecer dessa ideia idiota de me amar, isso vai acabar me matando.- ela corre e ele grita seu nome correndo atrás dela."

- Mi?- viro meus olhos para Gina que está ao meu lado- O que foi? Porque encarava o nada?

- Só estava pensando. Não é nada demais, bem eu vou indo agora, ainda tenho mais uma aula e preciso estudar.

Me levanto o mais rápido possível, antes em sonho e agora vejo isso acordada? Me parece um aviso, mas de quem e como? Como eu poderia recordar de algo que nunca sequer vivi.

A última aula do dia, adivinhação, como eu odiava essa matéria. Assim que chego na sala eu me sento no canto e a cena se passa na minha cabeça repetidas vezes "isso vai acabar me matando". Draco cruza a porta e me olha, devagar ele se aproxima e se senta na mesa ao lado, somos os únicos a chegar até agora.

- Sobre a maldição...como você sabia sobre aquilo?- sua voz é baixa e ele olha pra frente evitando o contado visual comigo.

- Eu sei que isso vai parecer estranho mais eu...sonhei com ela.- olhando um pouco de lado enquanto apoio os braços sobre a mesa e passo a mão pelos meus cabelos os bagunçando eu o vejo franzir a testa.

- Você sonhou?

- Olha tem alguma coisa muito errada nessa investigação, eu comprei um livro sobre algumas maldições e feitiços e me interessei sobre, uma delas falava sobre isso e tinha o seu sobrenome.

Quando eu ia continuar a falar os alunos começam a chegar. A aula se seguiu e no fim o professor me chamou de canto.

- Senhorita Granger, eu vi algo não muito bom na sua xícara.- era quase cômico a forma como ele diz isso, lendo o futuro no fundo de uma xícara - Você precisa tomar cuidado menina, algo muito ruim te ronda, não sei dizer o que é, mas é forte e está muito próximo. 

- Não acho que seja tão ruim professor, eu vou tomar cuidado.- me viro para sair, mas sua mão no meu braço me impede, sua expressão muda e ele parece distante, quando me solta ele parece assustado.

- É um aviso menina, se atente aos detalhes, as coisas são mais difíceis do que parecem ser.

Quando dou por mim já é noite, não consegui encontrar Draco o resto do dia, apesar de ouvir os boatos correndo pela escola. Agora as pessoas andavam sussurrando e falando sobre o passado obscuro dele, eu ouvia seus comentários maldosos, me sentia no 1 ano, agora na pele do loiro que antes me zoava e agora era zoado. 

- Onde você está sua doninha saltitante?- pergunto para o nada encarando a lareira do salão comunal.