Capítulo 32

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James Potter acordou um tanto atordoado. Todo o seu corpo estava dolorido e ele sentia-se fraco. Aos poucos ele foi se lembrando do que aconteceu na noite de lua cheia e abriu os olhos, demorando um pouco para se acostumar com a claridade. Respirou fundo e sentiu cheiro de uva, o que não fazia o menor sentido, assim como a cabeleira ruiva ao seu lado na cama que ele reconheceu ser da ala hospitalar.

O que ela estava fazendo ali? Se perguntou, esticando o braço que estava bom para pegar seus óculos que milagrosamente foram concertados. Olhou bem para Lily Evans e sorriu ao constatar que sim, ela estava bem e descansava tranquila ao seu lado.

Tentou não se mover. Não queria tirá-la daquele mundo em que ela havia mergulhado, tão tranquilo e cheio da paz que ela nunca encontraria acordada. Os longos e lindos cabelos ruivos se misturavam com a luz do sol, que batia em seu rosto e só o fazia ter ainda mais certeza de que sim, ela era a mulher mais linda que ele já conhecera, tão encantadora que ele mal conseguia desviar o olhar.

A porta da enfermaria se abriu e Madame Pomfrey entrou, andando prontamente até a cama dele e arqueando suas sobrancelhas ao ver a garota ali.

-Posso saber o que a senhorita Evans está fazendo na sua cama, senhor Potter? –Questionou, cruzando os braços.

-Xii, vai acordá-la. –Ele a censurou, deixando-a chocada com o atrevimento. Essa era a pergunta que ele também estava fazendo a si mesmo, mas com certeza não seria a resposta que daria a mulher. –Não consegui dormir então pedi que ela viesse.

-Está me dizendo que deixou a enfermaria? –Ela ficou ainda mais irritada, se apressando para ir até ele ver os danos que o pequeno passeio havia causado.

-Não, não, não. –Se apressou em negar. –Mandei um patrono.

-Um patrono?

-É.

-Está falando de uma magia bastante avançada, principalmente se usada para mandar mensagens.

-Eu sei, eu sou um bruxo excepcional. Palavras da McGonagall, pode perguntar se quiser.

-Sei. –Respondeu, nem um pouco convencida.

-Não podemos deixá-la dormir mais um pouco? –Pediu. –Por favor, Poppy, prometo que vou ser um bom menino, não é como se eu conseguisse fazer alguma coisa também. –James fez bico e piscou os olhos como um filhote implorando por comida. –Por favor?

-Só mais um pouco. –Ele sorriu. –E nunca mais me chame de Poppy.

-Ah, mas nós já temos intimidade. Eu sempre venho te visitar com o Remus e agora você está até cuidando de mim.

-Estou fazendo o meu trabalho.

-Tenho certeza de que nunca vi você fazer o seu trabalho tão feliz. Vamos, você até pode me chamar de Prongs.

-Eu não acho que seja apropriado. –Revirou os olhos. –Vejo que está se sentindo muito melhor. Em uma escala de um a dez, o quanto está doendo?

-E quem disse que está doendo?

-O senhor fraturou o braço em dois lugares diferentes, além disso, teve seu tórax esmagado e quebrou quatro costelas, sem falar que perdeu muito sangue com o corte no pescoço. É óbvio que está doendo, o senhor quase morreu.

-E o Moony?

-O senhor Lupin não me deixou examiná-lo, mas tenho certeza de que está bem. Tudo o que pude ver foram novas cicatrizes no rosto. –Ele balançou a cabeça, pensando no amigo.

-E eu quebrei o meu chifre também ou foi só isso?

-Em uma escala de um a dez, senhor Potter. –Madame Pomfrey ignorou a gracinha.

Ignore The EndOnde histórias criam vida. Descubra agora