Capítulo 44

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Os pequenos pontinhos brancos no cabelo de Sirius eram causados pela neve que caía naquela noite que ele nunca esqueceria. Ele bateu na porta do único lugar em que ele sabia que seria sempre bem-vindo e esperou, ainda tendo calafrios quando pensava nos últimos acontecimentos. Seu corpo estava dolorido e por um momento ele pensou que iria desmaiar. Foi quando James atendeu.

-Pelas barbas de Merlin! -Exclamou no momento em que colocou os olhos nele, o puxando para dentro. -Tinky, um cobertor, rápido! -Gritou e uma pequena elfa doméstica apareceu com o pedido dele. Ele agradeceu, enrolando seu melhor amigo nele e o colocando sentado no sofá enquanto trazia para dentro o malão dele também. -O que diabos aconteceu com você?

-O Regulus... -Sirius murmurou com lágrimas nos olhos. -O Regulus é um deles, Prongs.

-Ele está bem? Eles o machucaram? Por Morgana, você tá fervendo. -James disse, colocando a mão na testa do amigo, mas ele não disse mais nada. Nada mais importava, não agora que eles tinham seu irmão caçula.

Sirius simplesmente não conseguia formular mais nenhuma frase, apenas ficava pensando no que aquilo significava. Era uma criança, só uma criança! Era culpa dele? Poderia ter tomado o seu lugar? Não, Voldemort nunca confiaria nele. O que ele poderia fazer?

A porta da casa se abriu novamente e o casal Potter passou por ela completamente alheio ao que acontecia, ambos com um sorriso no rosto. No momento em que a porta se abriu, Euphemia foi logo dizendo:

-Nem acredito que o Sirius está... -Começou.

Ela havia ficado realmente feliz ao ver a moto do garoto na porta de sua casa, mas no momento em que colocou os olhos nele sua expressão foi de grande pavor. A Potter foi logo correndo até o sofá onde ele estava sentado, enrolado naquele cobertor, coberto de ferimentos.

Fleamont fechou a porta atrás de si e parou sem saber o que dizer ou fazer, apenas olhando para James em busca de explicações, mas ele não precisava dizer nada. Todas as evidências apontavam para eles que os verdadeiros culpados por aquela atrocidade eram os Black.

-O que eles fizeram com você, meu menino? -Euphemia questionou, horrorizada o envolvendo em seus braços enquanto não conseguia conter as lágrimas.

-E-eu... -Tentou, mas não conseguiu contar o que havia acontecido. Nem sabia se poderia contar algum dia ou estaria colocando em mais risco a vida de seu irmão mais novo. -Eu sei que estou um pouco atrasado, mas será que eu poderia ficar aqui pelo resto das férias?

-Você não precisa pedir, filho. Essa é a sua casa também. -Fleamont respondeu, finalmente encontrando sua voz. O Black deu um leve sorriso em agradecimento.

-Mãe, cuidado, vai machucá-lo. -James alertou e a mulher se forçou a soltá-lo.

-Você tem razão. Tem razão, James. Me desculpe, querido. -Ela disse secando as lágrimas e tentando se recompor. -Vem comigo, deixe-me cuidar desses ferimentos. Céus, você está sangrando!

Sirius balançou a cabeça em concordância, se levantando. Mas ele não se manteve acordado por muito tempo. Depois de alguns passos, ele simplesmente desmaiou de exaustão. Por sorte James estava por perto e impediu que ele caísse, e logo Fleamont também veio ao seu auxílio levitando o garoto até que chegassem ao quarto que era dele desde a primeira vez que havia colocado os pés naquela casa.

Por sorte, Euphemia era enfermeira e soube exatamente o que fazer. Ela cuidou dos muitos ferimentos dele em meio às lágrimas enquanto Fleamont tentava acalmá-la. Enquanto isso, James fez o jantar. Não sabia quando Sirius acordaria, mas ele precisava comer algo se quisesse se recuperar rapidamente.

Quando tudo ficou pronto, o garoto subiu as escadas em direção ao quarto do irmão. Seus pais nem ao menos notaram sua presença, estavam ocupados demais discutindo qual atitude tomar. Fleamont andava de um lado para o outro do quarto, bagunçando seus cabelos rebeldes enquanto Euphemia estava sentada na cama acariciando os cabelos de Sirius.

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