Capítulo 2

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Quando cruzou o corredor, finalmente as lágrimas estavam livres para cair. Ele era seu melhor amigo desde a infância, saber que aquela amizade havia acabado doía, doía tanto que tudo o que ela queria agora era se trancar em seu quarto e chorar por uma semana, um ano talvez.

James, ainda a acompanhando em silêncio, não conseguiu aguentar mais. Guardou o mapa no bolso e puxou sua capa. Queria pelo menos tentar fazer algo para que ela se sentisse melhor, ou talvez fazê-la se irritar tanto que esquecesse o motivo das lágrimas.

-Lumos. –Disse ao lado da garota, assuntando-a. Alguns quadros começaram a reclamar, mas nenhum dos dois se importou.

-O-o que diabos está fazendo aqui?! –Ela perguntou ainda se recuperando, secando as lágrimas em sua bochecha e agindo como se nunca tivesse chorado.

-Bom ver que apesar do susto ainda me trata normalmente. –Brincou e ela o fuzilou com os olhos. –Estive aqui o tempo todo, você só não percebeu.

-Não estou com cabeça para suas cantadas baratas agora. –Bufou ao ver o sorriso galante nos lábios dele.

-Tudo bem, isso não importa. Não deveria chorar por ele, Evans.

-Eu não estava chorando! –Teimou, embora seus olhos provassem que o que acabara de dizer não passava de uma mentira. –Estava me seguindo?

-Não, eu estava passando pelo corredor e ouvi a conversa, é diferente. –Lily cruzou os braços, decidindo se acreditava ou não no que James lhe falava. –Sinto muito pelo que houve.

-Não, não sente. –Falou sem olhar pra ele, com o nariz empinado e os olhos no caminho que seguiam.

-É, talvez não, mas pelo menos eu sei que você não ganha o jogo indo atrás do pomo de ouro quando a partida já acabou. –Ela franziu o cenho, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo. –O que eu estou querendo dizer é que ficou óbvio que isso não daria certo no segundo em que ele foi para aquela casa lá e começou a andar com as pessoas erradas. Era só uma questão de tempo até acontecer o que aconteceu.

-Poxa, obrigada, Potter. –Ela disse arqueando as sobrancelhas. –Você realmente piorou tudo.

-Eu não deveria ter dito isso, não é? Pelas cuecas de Merlin, eu realmente sou péssimo em fazer você se sentir melhor. Deixe-me tentar de novo: quer que eu faça algo para ajudar?

-Me desculpe. –Ela murmurou, soltando o ar, cansada. -Não deveria ser grossa com você se não é sua culpa, por mais irritante que você seja.

-Agora estou realmente preocupado. –James falou segurando-a pelos ombros e olhando-a atentamente. –Nunca me pediu desculpas antes, e olha que deveria.

A cara de assustado que ele estava fazendo a fez rir, e James comemorou internamente admirando seu sorriso por alguns segundos. Continuaram o caminho até a torre da Grifinória em silêncio. Ele daria tudo para saber o que sua amada ruiva pensava naquele momento.

Quando chegaram ao salão encontraram Sirius e Marlene aos beijos no sofá, o que já não era novidade para os dois. Ambos pareceram não se importar com o buraco do retrato se abrindo, apenas continuaram com seus amassos, parando apenas para dar uma breve olhada em quem havia chegado.

Um sorriso surgiu nos lábios do dois, que agora estavam abraçados no sofá olhando para os amigos como se dissessem "Eu sabia!", mas Evans logo fez questão de esclarecer a situação.

-Não sei por que vocês ainda têm esperanças de que vai acontecer algum dia. –A ruiva suspirou. –Podem tirar o sorriso do rosto, ele apenas me encontrou no corredor e voltamos juntos para o salão.

Ignore The EndOnde histórias criam vida. Descubra agora