Capítulo 22

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-Nugget! –A ruiva sorriu, correndo até o cervo e o acariciando. –Cheguei tarde desta vez, não é? –Ele se aproximou mais. –Eu perguntei ao Hagrid sobre você hoje e ele nunca viu cervos por aqui. De onde você surgiu então? –O animal balançou a cabeça e ela esticou sua manta, sentando-se no lugar de sempre. Ele se deitou próximo a ela com sua galhada majestosa, fazendo-a sorrir. –As coisas estão tão complicadas, Nugget. Potter está fazendo de tudo para me tirar do sério, enquanto Amos se esforça cada vez mais para ser o garoto perfeito. –Ele bufou. Já tinha ficado irritado o suficiente assistindo a cena, não precisava ouví-la falar sobre o quanto ele era maravilhoso. Ela riu.

"Parece que alguém não gosta do meu... Eu nem sei o que nós estamos tendo! Está entendendo o que eu quero dizer?" ela soltou o ar, cansada "E agora parece que tudo o que o Potter quer é me convencer a não ir aquela reunião idiota. Quem ele pensa que é? Você acredita que ele tem uma capa de invisibilidade? Como se já não fosse irresponsável o suficiente sem ela".

Com aquilo ele teria que concordar. A capa foi essencial em diversas missões dos Marotos e também para descobrir a verdade sobre Remus. Sabiam o quanto era perigoso, então não entraram na casa, mas o seguiram até o salgueiro lutador no segundo ano e ouviram o diretor conversando com Madame Pomfrey.

-Bem, Nugget acho que já está tarde. –Ela murmurou se levantando, afagando sua orelha. –Vejo você amanhã?

Lilian Evans se levantou, juntou suas coisas e o acariciou uma última vez antes de seguir seu caminho de volta para o castelo. James Potter a acompanhou com os olhos, como sempre fazia. Ultimamente estava vivendo por aqueles momentos com ela, em que a via sorrir realmente e a ouvia falar sobre o seu dia, mesmo que isso significasse insultá-lo várias vezes. Não a culpava, estava realmente sendo um idiota e sabia que merecia todos os xingamentos. Ele voltou a sua verdadeira forma, mas não voltou para o castelo. Se sentou ali bem onde ela estava.

-É, nós nos vemos amanhã. –Murmurou.

...

O dia da primeira partida de Quadribol do ano finalmente havia chegado. James e Sirius vestiam seus uniformes e entraram no Salão principal sendo recebidos pelos alunos de sua casa como verdadeiros heróis. Todos pareciam felizes e animados, exceto talvez os dois.

Pela primeira vez desde que Black entrara para o time de Quadribol no terceiro ano, Marlene não usava a camisa do time que havia pegado do garoto antes de um de seus jogos. Ele se lembrava bem daquele dia, quando ela sorriu e disse que seria sua fã número um para sempre e por isso precisava de uma camisa exclusiva, não se importando com o fato de que ela ficasse bem grande nela.

Com James Potter, porém, era diferente. Lily Evans nunca aceitaria vestir sua camisa e com certeza seria azarado se pedisse. Então, em seu primeiro jogo, o artilheiro do time da Grifinória deu a ela seu cachecol favorito e pediu, por favor para que o usasse.

-Por favor, Evans, para me dar sorte! –Implorou. –Não quer que nossa casa vença?

-É claro que sim, mas não sei por que está me dando isso. Você tem que entender que eu não sou sua namorada, Potter!

-Ainda. –Acrescentou e ela revirou os olhos, cruzando os braços.

-Não vou usar um cachecol com as suas iniciais, sinto muito. –Ela disse, mesmo que não sentisse.

James se aproximou e colocou o cachecol na garota mesmo assim. Ela não se mexeu, nem quando ele se aproximou o suficiente para ver os detalhes de sua íris, que faíscava num brilho um tanto perigoso.

-E se eu pedisse um beijo para dar sorte?

-Seria estuporado.

-Valeria a pena.

Ignore The EndOnde histórias criam vida. Descubra agora