{🐰} ALERTA DE GATILHO: este capítulo contém citações a um caso grave de depressão, tom mórbido e aborda o suicídio, assuntos que podem despertar sentimentos desagradáveis à pessoas mais sensíveis; aos que forem prosseguir, tenham uma boa leitura.
De repente, tudo parecia ter mudado, quero dizer, para melhor. O humor de Yoongi mudou de novo, ele parecia mais feliz agora, já havia algum tempo que eu não lhe via chorando. O que me preocupava mesmo era a sua saúde; ele tinha perdido uns bons quilos, não andava pegando Sol — mal saía do quarto, que dirá de casa — e, pelas olheiras na face angelical, não era tão difícil adivinhar que não estava dormindo bem.
Quando eu perguntava sobre, ele sempre mudava de assunto. Uma vez me disse que detestava o tema, e que eu não devia mais insistir naquilo; é óbvio que continuei insistindo, mas não tive sucesso em saber o que se passava com ele. Até tentei falar com a minha sogra, pra saber, no mínimo, o que ele tinha, mas não deu em nada; ela também parecia fugir disso.
A questão é que eu não aguentava mais ver Yoongi daquele jeito, e sentia que tinha algo muito, muito errado acontecendo com ele. Aquela história de que precisava de mais amor e atenção do que nunca ficava martelando na minha cabeça e me tirava o sono; queria saber qual era o problema, digo, o problema de verdade, e não receber só um “ele está cansado” como resposta.
Estava pensando nisso quando tive uma ideia bem simples. Iria pesquisar sobre e, por meio dos sintomas que Yoongi apresenta, poderia saber o que ele tem. Era o que eu planejava fazer, mas, no fim, não fiz. Se ele não tinha me contado, deveria ter um bom motivo pra que eu não soubesse.
Idiota.
Resolvi deixar o assunto de lado por um tempo. Me virei na cama, agora olhando na direção da janela, e fechei os olhos, mas não consegui dormir.
Do nada, senti uma pontada no peito. Parecia que alguém tinha cutucado o meu coração com uma agulha. Isso me era um sinal ruim, um mal pressentimento. Sempre que tinha essa sensação, algo muito horrível acontecia algum tempo depois.
Apenas ignorei no início, fechando os olhos com mais força, mas, por alguma razão, uma palestra que tivemos na escola, quando eu estava no segundo ano do ensino médio, me veio na cabeça.
Achei que estivesse sonhando acordado, mas era mais como uma lembrança. Eu não conseguia formular bem o rosto e o corpo do palestrante, mas as suas palavras estavam bem vívidas na minha memória. Acho que foi o meu pai quem disse uma vez que nunca lembramos direito do rosto de uma pessoa, ou foi algo parecido com isso, não importa.
Me lembrei do palestrante falando sobre os “sinais de atenção” de alguma coisa. Não consigo lembrar de tudo, mas ele citou as oscilações frequentes de humor, mudanças propositais repentinas na aparência, perda de peso, desânimo e insônia. Do que ele estava falando mesmo?
Foi então que eu arregalei os olhos. Recordei que, ainda nessa palestra, o tal homem disse que algumas pessoas com seja lá a doença sobre a qual ele falava acabam buscando por dor física, porque lhes distraí, temporariamente, da dor emocional, mas, principalmente, me lembrei de ele citando a palavra exaustão, que elas se cansavam, até chegar em um ponto onde tudo se torna insuportável e a pessoa simplesmente desiste — e era por isso que elas precisavam tanto de ajuda.
Porque o psicológico delas enfraquece até quebrar.
Enfraquece. Até. Quebrar.
Nunca tinha levantado tão depressa da minha cama em toda a minha vida. Sem sequer calçar a porcaria dos sapatos, abri a janela, saltei pela mesma, indo até a de Yoongi e batendo freneticamente na mesma, pouco me fodendo se os meus pais ou qualquer outra pessoa que não fosse o Min iria acordar.
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yellow list | yoonmin
Fanfiction[CONCLUÍDA] No outono de 1999, durante um breve recesso escolar, Park Jimin conheceu Min Yoongi, o filho mais velho de uma família bastante problemática ㅡ e seu mais novo vizinho. Sendo a própria definição daquilo que chamavam de descolado, Yoongi p...