Quando acordamos, quase oito horas da manhã, pouco tempo depois de tudo, nem Yoongi nem eu estávamos naquele pique para ir pra aula.
— Sinto muito por te envolver nisso tudo. — Ele disse, em pé diante da minha cama, assim que eu saí do banheiro. — É que você ainda continua sendo a única pessoa na qual confio, entende?
— Yoongi, nós somos amigos. — Lhe lembrei, sorrindo gentil.
— Eu sei. — Sorriu tímido. — Ei, não retiro, muito pelo contrário, eu torno a afirmar que você só pode ser o meu anjo.
— E você é o meu. — Abri os meus braços, e confesso que fiquei surpreso quando ele se encaixou ali, centímetros mais baixo que eu.
Sentia uma sensação de frio na barriga misturada com uma aceleração exagerada no coração, e uma certa dificuldade pra que o ar saísse e voltasse normalmente.
— Gosto quando você é mais carinhoso assim comigo. — Contou, se afastando. — Pode continuar, viu?
— Eu vou tentar, sim.
— Jimin, você está atrasado para ir para a escol… — Minha mãe entrou, de supetão, no quarto e quase gritou quando viu o hyung ali, ainda de pijama. — Jimin, o que Yoongi está fazendo aqui?
— Senhora Park, não fique brava com ele, fui eu quem veio pra cá. — Yoongi se pronunciou.
— É, mas fui eu quem deixou. — Confessei.
— Jimin Park, você sabe que eu deixo seus amigos virem aqui tranquilamente, desde que você me avise antes! — me xingou. — E vocês dois provavelmente foram dormir tarde, acordaram em cima da hora, e agora vão perder o ônibus! — bufou. — É bom que você tenha uma boa explicação, Jimin!
— Mãe, eu… — O que eu poderia falar?
— Senhora Park, eu convenci Jimin a me deixar entrar ont… bom, tecnicamente foi hoje, mas continuando. Descobri na madrugada que teria de ficar o feriado com uma pessoa que me trata de um jeito muito ruim, uma pessoa da qual eu não consigo me defender, e entrei em pânico por isso. Então eu vim pra cá, e meti o Jimin nessa minha confusão, e sinto muito por fazê-lo.
A minha mãe pareceu pensativa, e foi visível que ela ficou temporariamente em choque com tudo o que havia sido dito tão de repente.
— E, mãe, ao invés de Yoongi ficar com essa pessoa, eu pensei de você convencer a mãe dele de que nós já havíamos decidido levá-lo junto conosco pra Orlando. — Expliquei.
Novamente, ela ficou surpresa. Nos seus olhos, podia ver que ela sabia de algo que eu não sabia a respeito daquilo que Yoongi tinha contado.
— Ah, Yoongi, eu sinto tanto... — Ela o abraçou e começou a chorar, enquanto eu só fiquei observando, confuso. — A sua mãe sabe que ele te trata desse jeito, pequeno?
— Não, e ela não precisa saber. — Por alguma razão, sinto que esse homem não é só um pai muito rígido... — Não agora, no mínimo.
— Vou ver o que eu posso fazer, mas definitivamente não vou te deixar ir com esse monstro, tudo bem? — ela lhe encarou nos olhos quando o disse, ao que eu me sentei na cama. — Venham, vou arrumar o café da manhã pra vocês, e vou dar uma justificativa pra escola ainda hoje.
— Muito obrigado mesmo, senhora Park, pelos quatro favores. — Yoongi agradeceu, e eu desisti de tentar entender.
— Quatro? — minha mãe perguntou, agora também confusa. Começamos a nos encaminhar para a cozinhar.
— Uhum. — Ao chegarmos lá, Yoongi e eu nos sentamos na mesa de café da manhã e aguardamos. — Por não me deixar ir com ele, por não nos matar pela minha entrada furtiva em sua casa, pela justificativa — me encarou, os olhos brilhando, o queixo apoiado nas mãos, e os cotovelos na mesa, com aquele bendito sorriso estampado no rosto — e por ter colocado Park Jimin no mundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
yellow list | yoonmin
Fanfiction[CONCLUÍDA] No outono de 1999, durante um breve recesso escolar, Park Jimin conheceu Min Yoongi, o filho mais velho de uma família bastante problemática ㅡ e seu mais novo vizinho. Sendo a própria definição daquilo que chamavam de descolado, Yoongi p...