[18] Segredos à beira mar.

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O Scorpion nunca me decepciona, "still belong with me" era uma música tão boa que poderia ser considerada um hino nacional. Yoongi e eu estávamos ouvindo em walkmans diferentes, mas ao mesmo tempo.

O hyung estava deitado no meu ombro, meio sonolento — e havia reclamado que estava enjoado —, no banco de trás do carro. Minha mãe nos olhava pelo reflexo do espelho acima de sua cabeça, com um sorriso doce.

— Está melhor agora, Yoongi? — ela lhe perguntou.

— Sim, um pouco. — Ele respondeu em um tom baixo.

Já era a quarta ou quinta hora de viagem. Nós tínhamos saído às dez e meia, porque meu pai gosta de dirigir de noite.

— Só mais algumas horinhas e estaremos nos parques quentes da Disney, meninos! — meu pai exclamou. Sem dúvidas, ele era o mais empolgado daquele carro.

Após a curta troca de palavras, aumentamos o volume da música e ficamos no nosso próprio mundinho por algum tempo.

É inegável que eu senti ciúmes por causa daquele último email que Yoongi me enviou, onde ele disse que Hoseok poderia ser seu melhor amigo, mas, depois de um tempo, não consegui mais ligar pro assunto.

Sei lá, foi só vê-lo carregando as suas malas, com um sorriso largo no rosto, vindo até o carro em alta velocidade, todo bobo, que eu já esqueci de Hoseok, do significado de ciúmes e do mundo. Ele estava tão feliz, e eu fiquei ainda mais feliz que ele por causa disso.

Meu Deus, me tornei aquilo que eu mais odiava, um garoto apaixonadinho e meloso igual aos das comédias românticas que venho assistindo; ah, e agora eu também olho comédias românticas. Que irônico, não?

— Ei! — o Min me cutucou, e eu tirei o walkman para ouvi-lo melhor. — Você estava no mundo da Lua.

— Hm? — estranhei. Do que ele estava falando?

— Ah, sabe. — Sorriu. — Com a boca entreaberta, como se quisesse que alguma mosca entrasse nela, os olhos olhando para o nada, enquanto pensa na morte da bezerra ou sei lá, algo do tipo. — Explicou.

— Eu faço muito isso? — perguntei. Imaginei que eu devesse ficar muito mais feio do que já sou naquele jeito.

— Faz. — Meus pais e o hyung falaram ao mesmo tempo.

— Nossa, que bom saber. — Resmunguei. Por que ninguém nunca tinha me falado sobre isso?

— Você fica parecendo meio bobinho, mas não de um jeito ruim. — Yoongi contou, gesticulando com as mãos.

— Vá se ferrar. — Rimos.

Ah, Yoongi, eu nunca falava e muito menos pensava direito perto de você. Você tem a incrível habilidade de destruir os meus neurônios e deixar o meu sistema nervoso sem reação, e você o faz só parando perto de mim.

— Meninos! — minha mãe nos xingou, fazendo com que nos encolhessemos no banco do carro. — Ninguém é bobinho, vocês são ambos muito...

Ela continuou falando e, por não termos entendido o motivo da bronca, de um jeito bem disfarçado, colocamos os fones dos walkmans novamente e voltamos a ouvir as nossas músicas durante o resto da viagem. Espero que a minha mãe não fique muito chateada por termos lhe deixado falando sozinha.

[° ° °]

— Olha o tamanho dessas camas, hyung! — pulei no colchão fofinho.

— Caralho, elas são maiores que a sua bunda, Jimine! — exclamou, e eu lhe olhei torto, o que fez ele rir. — Estou só brincando com você, bundudinho.

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