[ALERTA DE GATILHO: este capítulo contém um tom mórbido em algumas partes e aborda um estágio grave de depressão diretamente] O corredor da nossa escola nunca tinha estado tão animado quanto naquele dia. As notas finais haviam sido finalmente expostas e, por mais louco que isso possa parecer, a média de reprovação foi de um aluno em trinta. Estavam todos gritando igual a um bando de gorilas, e Yoongi e eu fazíamos parte desse bando.
— Sem recuperação, hyung! — gritei pra ele, que riu. Jeongguk jogou papel recortado na gente, tipo confete. — Agora é pegar o dinheiro que temos e fazer a viagem para o tão sonhado Alasca, certo?
— Eu vou amar morar com você, Park Jimin. — Me cochichou, sorrindo bobo.
Meu Deus, eu tô tão apaixonado por esse homem.
Estava tudo tão perfeito! Ninguém estava excluindo ninguém da comemoração, nem mesmo a Gina e seus amigos. Taehyung tinha levado um apito pra escola, e o barulho do objeto, embora machucasse os meus ouvidos de uma forma horrível, só deixava aquilo tudo mais parecido com, sei lá, o Carnaval brasileiro.
Mas é claro que aquela alegria não ia durar, eu só não esperava que, no último dia de aula no colégio, eu fosse ter que passar por aquilo.
Yoongi também não esperava, e ele estava bem menos preparado que eu.
— Ei! Atenção! — uma voz feminina veio do meio do corredor, e todos olhamos em sua direção. Meu sorriso foi substituído por uma expressão de preocupação assim que vi que a voz era de Elise. — Esse não é o meu último dia de aula, mas eu acho que vocês, caras do terceiro ano, merecem saber de uma coisa. — Yoongi segurou a minha mão. Quando eu olhei pra ele, vi o quanto ele estava nervoso, com medo. — Estão vendo aqueles dois ali, de mãos dadas? — Elise apontou pra nós, como previsto.
— Elise, cala a boca! — Jeongguk se pronunciou por nós.
Eu não soltei a mão de Yoongi, e ele só apertou a minha ainda mais. Comecei a sentir o tremor do corpo alheio.
— Não, eles merecem saber! — a garota argumentou, e foi apoiada por toda a nossa sala, com exceção de Hoseok, Dawon, Taehyung e, obviamente, Jeongguk. — Vocês sabiam que eles namoram?
Todo mundo explodiu em uma gargalhada coletiva, e a minha alma quase deixou o meu corpo quando notei que a Elise tinha usado as palavras do jeito errado.
— E quem liga que eles namoram? — Tae se aproximou de nós. — São adultos, eles podem fazer a merda que eles quiserem, e isso não é da conta de ninguém.
Piscou pra mim. É claro que ele já sabia, era tão observador quanto Jeongguk, isso se o próprio não tivesse lhe contado.
— Até mesmo namorar entre eles?
As risadas cessaram, e todo mundo nos encarou surpreso. Passei os olhos pelas pessoas de lá, e notei que Hoseok estava com um olhar de eu sinto muito. Taehyung não se afastou de nós, nem o Jeongguk, e eu percebi a Gina chegando mais perto, assim como o próprio Jung, sua irmã e, surpreendentemente, Kim Seokjin, com quem conversei poucas vezes.
Comecei a ouvir os cochichos no segundo seguinte. “Mas eles são homens!”, “eu sempre soube que eles eram gays”, “cara, nós íamos para o vestiário juntos!”, “e eu, que já tomei banho perto deles?”.
— É, até isso. — Taehyung respondeu, em voz alta, e deu um sorrisinho.
Acabei rindo com o nariz, e vi que Yoongi me encarava. Eu vi nos olhos dele, naquele momento, que ele queria sair dali.
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Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] No outono de 1999, durante um breve recesso escolar, Park Jimin conheceu Min Yoongi, o filho mais velho de uma família bastante problemática ㅡ e seu mais novo vizinho. Sendo a própria definição daquilo que chamavam de descolado, Yoongi p...