"Mentir é a maior diversão que uma garota pode ter sem ter que tirar suas roupas."
|Alicia A. Sanders|
Menos de cinco minutos dentro da Blue Blood e minha cabeça já parecia estar sendo pisoteada por um elefante. Existiam dois motivos que poderiam justificar a dor de cabeça, três, caso medo provoque esse tipo de dor. O primeiro possível motivo é, a fumaça de maconha e outras drogas que sufocava qualquer um que estivesse naquele bar. O segundo motivo pode muito bem ser as luzes coloridas piscando tão rápido que eu não duvidaria caso alguém tivesse um ataque epiléptico.
Qualquer motivo que fosse, já estava me fazendo querer ir embora daquele lugar.
A Blue Blood era a boate mais suja, escura e nojenta que eu já tinha ousado entrar em toda a minha vida, e olha que eu já fui para muitos lugares ruins na minha época de faculdade. Foi fácil entrar nela, não tinha um único segurança na porta ou alguém para cobrar a entrada, o que, definitivamente, não era um bom sinal. A fachada estava caindo aos pedaços, e o nome da boate em um azul neon, já estava começando a piscar e falhar.
Dentro não era muito melhor, na verdade, não era nenhum pouco melhor.
As paredes estavam cobertas por pôsteres de rappers e mulheres peladas, o local estava cheio de homens mal encarados fumando alguma coisa ou bebendo. E eu perdi a conta de quantas barras de poly dance tinham espalhados por toda a boate.
Claro que eu amei esse último detalhe já que facilitou minha vida. Assim que entrei, a primeira coisa que fiz foi falar com uma das strippers e pagar à ela para me deixar me passar por uma delas sem problemas. Com uma nota de cem dólares foi fácil conseguir o passaporte livre para uma dessas barras.
O resto foi fácil. Eu estava realmente parecida com uma stripper. Kayla tinha feito um excelente trabalho.
Claro que eu tive certo trabalho em convencê-la a não me transformar realmente em Alice Ayres, apesar de querer virar um perfeito cosplay da personagem de Natalie Portman, eu nunca teria coragem de dançar para um monte de bandidos vestindo apenas uma calcinha e um sutiã cor de rosa com detalhes preto. Já era pedir demais.
Olhando em volta, eu era a mais comportada das strippers, não deixando, é claro, de ser sensual e reveladora como uma stripper realmente é. Eu vestia um sutiã de renda preto e sem bojo, com um espartilho cor de rosa, calcinha combinando com o sutiã e, claro, cinta liga rosa. Ah, quase me esqueço do principal, o par de salto alto mais alto que eu já vi ou calcei na vida.
Enfim, Kayla tinha feito um bom trabalho. Um ótimo trabalho. Me transformou na versão falsificada, "comportada" e ainda assim, sexy de uma Alice Ayres. Eu estava perfeita e pronta para arrancar qualquer informação útil de qualquer pessoa daquele lugar.
Eu estava até usando batom vermelho. Eu nunca uso batom vermelho. Na verdade, eu nunca uso batom.
— Se quer mesmo fazer valer os cem dólares que me deu, eu sugiro que comece a dançar, pinky. - a mulher que eu paguei, Lily, me avisou, me lembrando que eu ainda estava parada encarando a boate.
Lhe lancei um olhar em agradecimento e fui para uma barra que estava vazia.
Eu não sabia dançar pendurada na barra. Admirava quem conseguia se pendurar e se sustentar apenas com os braços enquanto estava com as pernas para cima, mas eu realmente não seria capaz de conseguir fazer isso um dia, por isso, apenas subir no pequeno palco com a barra e comecei a rebolar enquanto analisava disfarçadamente o ambiente a procura de Bonivera ou de alguém que parecesse minimamente com um bandido criminoso, como Paolo Rivera.
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Carma - Uma história de amor que não deu certo
RomantikAlicia A. Sanders teve seu coração partido desde muito pequena, quando seus pais foram embora. Desde então, ela tinha essa terrível tendência a achar que todos que se aproximassem dela, iriam, inevitavelmente, a deixar em algum momento. Para que evi...