CAPÍTULO VINTE E SETE

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|Alicia A. Sanders|

— Isso é loucura, vamos logo embora daqui.

Olho para Dylan rapidamente antes de voltar ao minha tarefa inicial de abrir a porta dos fundos da casa de Sidney Bonivera.

— Se quer ir embora, vá. Eu só precisava mesmo de sua carona.

Giro mais uma vez os grampos dentro da fechadura. 

Já era de noite e tinha quase trinta minutos que chegamos aqui, no quintal da casa do policial assassino. Desde que chegamos Dylan estava me agoniando a mente para irmos embora. Morrendo de medo do bandido aparecer mesmo depois de eu ter te garantido que ele não chegaria tão cedo pois estava em uma reunião com... Rafael no bar em que Frederico trabalhava.

Eu tinha garantido, com uma certa quantidade de dinheiro, que Frederico me atualizasse sobre cada movimento de Sidney, assim que ele saísse do bar, eu receberia uma mensagem e sairia da casa o mais rápido possível.

Tudo isso sem deixar rastros.

— Sabe o quão perigoso é tudo isso? Se ele aparece aqui a gente morre, Alicia. Morre. Vira defunto. Presunto. Vai para uma gaveta e depois apodrece embaixo de sete palmos de terra para sermos comida de minhocas e outros decompositores.

Viro para Dylan respirando fundo para não perder a paciência com todo seu falatório.

— Nós não vamos morrer. Vamos entrar nessa casa, encontrar a prova que queremos, tirar foto e ir embora.

— Mas essas provas serão invalidadas assim que falarmos sobre elas. Estamos as pegando ilegalmente.

— Não iremos realmente pega-las. Só vamos tirar fotos. 

— Continua sendo provas obtidas de modo ilegal, Alicia.

Bufo impaciente antes de respirar fundo e encara Dylan com minhas mãos sobre seus ombros.

— Esse cara é um assassino, Dylan. E não só isso, também é um traficante dentro da polícia, você acha mesmo que o que quer que formos encontrar lá dentro, vai ser a única coisa capaz de incrimina-lo? Não seja medroso e nem ingênuo. Só precisamos de uma única prova, a justiça pode ficar com todas as outras. - esclareci. — Agora será que dá para calar a boca e apontar a droga da lanterna na fechadura para entrarmos logo e sairmos logo?

Dylan assente visivelmente resignado, apontando a lanterna para onde eu mandei enquanto eu me virava e voltava ao trabalho.

Cinco minutos depois eu finalmente consegui destrancar a porta e nós entramos na cozinha. 

— Os filmes de ação fazem isso parecer tão fácil. - digo indignada por ter sido enganada e olhando em volta.

A cozinha de Sidney era como qualquer outra cozinha de qualquer outra pessoa, o que quebrou um pouco minhas expectativas já que eu esperava algo mais... Não sei dizer, esperava qualquer coisa menos uma cozinha comum, quer dizer, era a cozinha de um assassino, deveria existir alguma coisa ali que a distinguisse da minha cozinha por exemplo.

O som de um estalo com látex me faz dar um pulo e olhar para trás com o coração na boca. Dylan me encara com um olhar culpado antes de abaixar as mãos cobertas por uma luva de látex branca. — Desculpa. - Ele pede.

— Quer me matar do coração?

— Não. Vou deixar essa tarefa de te matar para o assassino profissional dono dessa casa que estamos invadindo.

O fuzilo em resposta e ele se encolhe, desviando o olhar e apontando a lanterna para cada canto da cozinha.

— Acho que não vamos encontrar nada aqui. - anuncio.

Carma - Uma história de amor que não deu certoOnde histórias criam vida. Descubra agora