Tirei a caixa do porta malas do carro, e Jaime fez o mesmo, porém pegou outra caixa, uma maior e que parece ser mais pesada.
Entramos dentro do nosso novo apartamento. Pegamos o elevador para subir até o quinto andar e entramos no quarto 409, que Jaime já tinha deixado com a porta aberta, para facilitar as coisas para nós.
Coloquei a caixa em cima de outra.— Só falta uma caixa, eu vou busca-lá. — Jaime anunciou e saiu pela porta.
Tirei meu calçado e deitei no sofá, que era confortável.
Não demorou muito para eu escutar os passos pesados de Jaime outra vez e, quando esses passos ficaram mais perto, ergui o olhar. Ele se sentou no chão, com as pernas cruzadas e segurou minha mão direita, beijando cada um dos 5 dedos.— Jaime.
Ele parou o que estava fazendo.
— Sim?
— Nós estamos namorando, afinal?
Ele beijou o último dedo, antes de me responder:
— Você está fazendo de novo.
— Como assim?
— Me fazendo sentir como um adolescente.
— O amor é clichê, o que eu vou fazer? Foi você quem me disse isso uma vez.
— Eu sei. — encolhi minhas pernas, dando lugar para Jaime sentar e ele se sentou. Depois, pegou minhas pernas e colocou em cima do seu colo.
— Então, estamos namorando ou não?
— Por que a pergunta?
— Eu não sei, é que não teve nenhum pedido direto, até agora.
— E você quer namorar comigo?
Escondi meu rosto, envergonhando.
— É óbvio que sim.
Escutei sua risada, antes dele tirar minhas mãos do meu rosto, que provavelmente estão vermelhas.
— Não tenha vergonha, namorado.
— Jaime, precisamos colocar as coisas no lugar agora.
— Por favor, não. Estou tão cansado! Não podemos deixar isso para amanhã?
— Tudo bem, eu também estou cansado, de qualquer forma.
— Eu vou tomar um banho e depois vamos experimentar nossa nova cama.
— Ela parece confortável.
Retirei minhas pernas de cima do seu colo, para ele se levantar e ir tomar seu banho.
— Sabe, Adam, está tudo bem com você?
Dei um sorriso amarelo.
Jaime me conhece tão bem.— Estou tentando pensar em como vou contar pra minha família que eu sou bissexual e que estou namorando com outro homem — ele voltou a se sentar no sofá. — Eu não consigo imaginar qual vai ser a reação deles, não consigo fazer ideia e isso me assusta.
— Entendo.
— Você é um gay assumido, certo?
— Certo — respondeu. — Eu me descobri aos 12 anos, mas só assumi aos 18, porque caso meus pais não me aceitassem eu poderia cair fora e me virar, afinal, eu já tinha 18.
— E os seus pais? Como reagiram?
— Bem, muito bem.
— Que bom.
— Você visita seus pais e sua irmã todo natal, não é?
— Sim, eu iria convidar você para ir junto comigo, afinal, o natal não está longe.
E não está mesmo, na escola, já estamos nas semanas de provas, as últimas provas. Logo vai ter a formatura do 3º ano do ensino médio, para aqueles que passarem de ano. Vou sentir tanta falta deles, meus alunos que estarão indo para a faculdade.
— Eu vou com você, vai ser o momento perfeito para você se assumir.
— Com certeza.
Ele chegou mais perto, acariciando meu cabelo.
— Se algo der errado, eu estarei lá — beijou minha testa. — Agora, eu vou tomar banho.
— Professor Adam! Espere!
Olhei de relance para trás, vendo minhas duas alunas correndo até mim. Emma e Anne.
— Olá, meninas, o que houve?
— Queremos agradecer. — Emma disse, tímida, com as bochechas coradas.
— Pelo que? — as duas estraçalharam as mãos em minha frente e então entendi. — Se é assim, acho que eu também devo agradecer à você, Emma.
— Por quê?
— Você sabe que eu e o professor Jaime estamos namorando, isso não é mais novidade para ninguém, porém isso é graças a você.
Emma sorriu para mim e eu devolvi o sorriso.
— Também tem outra coisa — Anne disse. — Viemos falar em nome do terceiro ano do ensino médio.
— Como assim?
— Queremos que você faça o discurso na nossa formatura — arregalei os olhos, surpreso. Jamais uma turma havia me pedido isso. — Todos concordam que você é o melhor professor que já pudemos ter.
— Podem contar comigo, meninas, eu estarei lá.
Elas comemoraram.
— Bem, agora se me dão licença, vou aproveitar meu intervalo.
— Ok, tchau professor.
— Tchau, meninas.
As duas saíram de mãos dadas, conversando sobre algo, o que me fez pensar em Jaime.
Voltei a minha caminhada até a sala dos professores, torcendo para encontrar ele por lá. E para minha sorte, ele estava lá quando eu abri a porta. Apenas ele e mais ninguém.— Oi.
Jaime ergue o olhar.
— Oi, amor.
Fechei a porta da sala e em seguida me aproximei para beija-ló, e o beijei.
— Eu te amo, Jaime.
— Do nada?
— Muito, eu te amo muito.
Ele sorriu e me beijou outra vez.
— Você sabe que eu também te amo. Muito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Teachers
RomanceAdam Christopher, sempre foi apaixonado por história, assim como seu prazer em ensinar também sempre veio acompanho dele. Sendo assim, nada o impediu de se torna um jovem professor de história, que trabalha em uma escola da Califórnia. Adam ama seu...