Capítulo 22

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— Feliz natal, meus amores!

Mamãe beijou a minha testa e a de Olivia, depois abraçou Jaime e por fim beijou papai na boca.

— O que acha de abrimos os presentes? — papai questionou, fazendo minha irmã dá um gritinho e sair correndo para a sala, aonde estava a árvore de natal e os presentes.
Antes que papai e mamãe também fossem atrás de Olivia, eu os chamei:

— Esperem! Eu preciso conversa com vocês.

— Oh, tudo bem — minha mãe sentou-se na mesa outra vez. — Quer que eu chame sua irmã?

— Não precisa, eu já conversei com ela sobre isso — meus pais se entreolharam e eu peguei na mão de Jaime, o que me deu mais coragem para continuar. — Pai, mãe, eu espero que vocês não me odeiem.

— Por que odiaríamos você? — meu pai questionou. — Somos seus pais!

— Eu sei, mas... eu... — Jaime apertou minha mão mais forte. — Eu sou bissexual e Jaime é meu namorado, por isso o trouxe aqui para Nova York.

Eles ficaram em silêncio e eu senti vontade de morrer.

— Espero que vocês aceitem isso — Jaime quebrou o silêncio. — Eu realmente amo o filho de vocês, mas se for pro bem da família eu posso ir embora.

— O que? Não! — protestei. — Não vou te deixar, se for o caso, vamos embora juntos!

Ele abriu um sorriso amarelo, antes da minha mãe e meu pai interromperem com uma risada.

— Por favor, sem drama — papai disse. — É claro que aceitamos vocês.

— E, além disso — mamãe complementou. — Eu e seu pai sempre suspeitamos que você era gay.

Senti minhas bochechas arderem.
Meus pais sabiam antes de mim.

— Eu não sou gay!

— Bi ou gay, você gosta de homens, não gosta? — concordei com ela. — Então agora vamos abrir os presentes, sua irmã deve está esperando.

Mamãe fez um moletom de natal igual para todos e deu como presente. Afinal, é o que ela faz todo ano, e depois nos obriga a usar os moletons e tirar fotos da família toda com a mesma roupa. É constrangedor, porém já me acostumei. Jaime pareceu gostar da ideia dos moletons, assim que recebeu o seu já colocou, e disse mil vezes para mamãe como era lindo e ela se achou toda. Papai me deu uma caixa de bombom, e Olivia, toda animada, disse que guardou dinheiro o ano todo para comprar uma camiseta do Nirvana, minha banda favorita desde da minha adolescência. E agora, chegou a vez de Jaime.

— Sabe, realmente foi muito sem graça o nosso pedido de namoro — ele disse, segurando uma caixinha pequena nas mãos. — Não teve discurso, alianças e coisas do tipo. Por isso eu quero refazer.

— O que?

Jaime segurou uma das minhas mãos e começou a falar:

— Desde da minha primeira vez que eu te vi naquela sala de aula eu já sabia que estaria perdido, em todos os sentidos. Você era lindo, muito lindo, que merda!

— Ei! Não fale palavrão! — Olivia interrompeu, fazendo todos na sala rirem.

— Desculpe-me, pequena — então ele continuou: — Eu fiz de tudo para te conquistar, e quando viajamos para o parque aquático e você disse, ou melhor, fingiu que era hétero eu me senti quebrado. Tentei te esquecer e você sabe disso, mas eu falhei tão feio que tenho vergonha disso. Você é irresistível. E quando tivemos nosso primeiro beijo na sala de aula, eu me senti a pessoa mais feliz do mundo. Ainda me sinto, na verdade. Então, Adam Christopher, você quer namorar comigo pela segunda vez?

Ele abriu a caixinha e revelou duas alianças finas. E só nessa hora eu percebi que estava chorando, mas eu não faço ideia de quando começou.

— Sim! Pelo amor de Deus! Sim!

Jaime pegou uma das alianças, que provavelmente era a minha e encaixou em meu dedo. Depois, ele colocou a sua no seu. Assim que terminou, o beijei. De fundo, meus pais e minha irmã batiam palmas.
Esse é o melhor natal da minha vida, e com certeza esse foi o melhor presente de natal também.

Girei a aliança em meu dedo, ainda sem poder acreditar.
A porta rangeu, Jaime estava no quarto.

— Agora podemos finalmente dormir juntos — ele disse, se deitando ao meu lado. — Já estava sendo uma tortura ter que fingir que eu não era seu namorado.

— Sabe, você preparou todo esse pedido de namoro, mas se eu não tivesse assumido para os meus pais, o que você ia me dar de presente?

— Um beijo.

— É sério?

— Eu não sei, não pensei nisso.

— Sorte sua que deu tudo certo, idiota, porque eu não ia gostar de ficar sem presente — ele começou a rir. — Você acha engraçado?

— Era só eu te pedir em namoro pela segunda vez quando a gente ficasse sozinhos, tá?

— Hm.

— Agora vem aqui me dá um beijinho.

Aconcheguei-me mais na cama e dei um selinho demorado em Jaime. Selinho esse que depois se transformou em um beijo. Segurei sua mão enquanto nos beijávamos e senti nossas alianças se encostarem uma nas outras.

— Eu te amo, Adam.

— Eu também te amo, Jaime.

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