— Nosso lugar é lá no final, querido. — Jaime disse, olhando as passagens do avião.
— Ok.
Comecei a andar até o fim do corredor e, quando chegamos em nossos lugares, me sentei no acento que ficava ao lado da janela. Jaime já sabia que eu queria ficar perto dela, sempre adoro a vista de cima do avião, principalmente nessa época, em que a neve está começando a aparecer para o natal e fim de ano. A vista é simplesmente linda.
— Eu estou nervoso. — Jaime falou, enquanto eu abria as cortinas para ter uma vista da janela, mesmo que o avião ainda não tenha decolado.
— Não precisa ficar — eu disse, segurando em sua mão que estava um pouco gelada, porque apesar de ainda não ter começado a nevar, já estava frio. — Tudo bem, eu também estou um pouco nervoso. A última coisa que eu quero é que eles tenham uma reação parecida como a do pai de Charlie.
— Ainda preocupado com Charlie? — eu balancei a cabeça. — Ele é um menino corajoso, não precisa se preocupar. Você viu como eles nos defendeu?
— Sim e agradeço muito a ele por isso.
Jaime apertou minha mão mais forte e deixou um beijo rápido em meu pescoço.
— Vai ocorrer tudo bem, não vai?
— Vai sim, Jaime, vai sim.
Soltei sua mão para colocar o cinto de segurança, mas logo a segurei de novo e apoiei minha cabeça em seu ombro.
— Mesmo que nada dê certo, quero que saiba que isso não vai mudar nada — eu disse. — Nosso amor continuará o mesmo.
— Eu te amo, Adam.
Escutei uma voz masculina vindo do rádio, provavelmente o piloto do avião.
Ignorei o que ele dizia e respondi para Jaime:— Eu também te amo.
Fechei meus olhos e depois de um tempo senti um frio na barriga, como se estivesse subindo uma montanha russa.
Abri os olhos e olhei pela janela. A cidade da Califórnia estava cada vez mais distante, e, de repente, meus olhos viam apenas um mar de nuvens. Lindo.— Nova York, lá vamos nós.
Mamãe abriu a porta do meu quarto antigo e eu entrei, deixando as malas no chão.
— Ainda bem que temos o quarto de hóspedes para o seu amigo Jaime. Realmente não estávamos esperando.
— Tudo bem, mãe.
Tentei dizer à ela que na verdade, ele era mais que um amigo, mas as palavras fizeram um nó em minha garganta e desisti.
Me deitei na cama e suspirei fundo. Tudo bem. Jaime disse para eu contar quando estivesse pronto.
Ergui a cabeça e olhei mamãe, ela está ficando velha. No seu cabelo já posso ver sinais de mechas brancas, assim como no cabelo de papai que agora está mostrando a Jaime onde fica o quarto de hóspedes.— Aonde está a Olivia?
— Sua irmã foi patinar no gelo — ela respondeu. — Logo vai estar de volta e não vai demorar, porque ela sabe que você está vindo e está ansiosa para te ver.
— Que bom.
— Então, aquele Jaime trabalha com você?
— Sim, ele é professor de educação física.
— Deu pra perceber — ela deu um sorriso de lado. — Ele tem o corpo bonito.
— É, com certeza.
— Está com fome? Sei que a viajem deve ter sido longa.
— Estou sim.
— Chame seu amigo, vou preparar um café da tarde para você.
Ela saiu andado e eu fui logo atrás, porém seguindo um caminho diferente.
Quando cheguei ao quarto de hóspedes, encontrei Jaime e papai conversando animadamente. Papai sempre gostou de basquete e Jaime é professor de educação física, eu deveria esperar por isso.
Me encostei entre o vão da porta e observei eles conversaram. Espero que as coisas fiquem do mesmo jeito quando eu disser que ele é meu namorado.— Adam!
Olhei por cima do meu ombro e abri um grande sorriso quando vi minha irmã correndo em minha direção.
Me virei e abri os braços, para abraça-lá, e nos abraçamos.— Oi, querida, senti tanta a sua falta. — eu disse, deixando um beijo em sua testa.
— Eu também.
Senti uma mão sobre meu ombro.
— Então você é a famosa, Olivia?
Minha irmã corou, o que eu esperava, já que ela é muito tímida.
— Quem é você?
— É amigo do irmão, o nome dele é Jaime.
— Prazer em te conhecer, Olivia.
Jaime estendeu a mão e Olivia a apertou.
— O prazer é todo meu!
— Ouvi dizer que você patina muito bem.
Ela abriu um grande sorriso.
— Sim, eu patino!
— Ele não sabe patinar, Olivia, eu tive que ensiná-lo.
— Sério? Igual quando você me ensinou aos 5?
— Exatamente.
Jaime cruzou os braços e eu dei uma leve risada.
— Ah! Mamãe está chamando vocês dois para comerem.
— Ok, obrigado por avisar — ela me deu um beijo na bochecha e saiu andado até seu quarto. — Vamos?
— Sim, e aproveitei e fale para sua mãe que eu também não sei patinar.
Comecei a rir e depois o puxei para mais perto e sussurrei:
— Eu te amo.
Ele sorriu.
— Eu também.
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Teachers
RomanceAdam Christopher, sempre foi apaixonado por história, assim como seu prazer em ensinar também sempre veio acompanho dele. Sendo assim, nada o impediu de se torna um jovem professor de história, que trabalha em uma escola da Califórnia. Adam ama seu...