A Família Howe

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P.O.V. Melissa.

Ele não fugiu. Nem mesmo depois do que aconteceu no casamento dos meus avós, nem mesmo depois de saber o que eu era de verdade. Bem que minha mãe fala que cada um tem a tampa da sua panela. Nunca entendi esse ditado e acho muito engraçado. Estávamos sozinhos na casa de campo da minha família. Ele começou a me beijar, meu Deus eu adoro beijar ele. Posso ouvir o coração dele batendo, sentir o cheiro da adrenalina. Era tão... bom, mas as coisas saíram do controle.

—Ai.

Eu mordi o lábio dele.

—Sinto muito.

—Não. Tá tudo bem. Melissa, está tudo bem.

—Não. Não tá.

Corri e eu consumi todo o sangue que estava armazenado na geladeira.

—Você está... Uau!

—É horrível não é? Você não entende. Talvez se você soubesse a história, te esclarecesse.

Tentei colocar a minha mão nas têmporas dele.

—O que está fazendo?

—Relaxe. Não vai doer. Eu prometo. Me deixe entrar na sua mente, assim posso mostrar. Algumas das memórias não são minhas. A maioria não é.

—Tudo bem.

P.O.V. Jeremy.

Ela colocou uma mão de cada lado da minha cabeça sem tocar em mim.

—No princípio, minha família era humana. Já fazem mil anos agora.

Estávamos num vilarejo, o chão era de terra, cabanas e as mulheres de vestido.

—Apesar da minha vó Esther lidar com magia das trevas, eles eram apenas uma família tentando sobreviver numa época onde era muito difícil fazer isso. E para melhor ou pior, eles eram felizes. Entretanto, uma noite mudou tudo. O irmão caçula deles Henrik foi morto pela maior ameaça do vilarejo. Homens que podiam se transformar em lobos durante a lua cheia. O menino foi estraçalhado e a família ficou... devastada e nenhum deles mais do que o meu tio Niklaus. Klaus. Desesperado para proteger o resto de seus filhos, Mikael forçou Esther a usar sua magia das trevas para lançar um feitiço para fazê-los mais fortes.

Eu vi a mulher em frente a uma árvore enorme, então o homem matou os próprios filhos. Atravessou uma espada no peito deles. E eles beberam o sangue de uma aldeã.

—E foi assim que os primeiros vampiros não naturais nasceram. Mas, com a força, a velocidade, a imortalidade e todas as outras habilidades... veio uma fome terrível. E ninguém sentiu esta fome mais do que meu tio Niklaus. Quando ele matou pela primeira vez, descobriram o que ele era de verdade.

Vi o homem agachado, ouvi o barulho dos ossos dele quebrando, pude vê-lo se transformar, implorar por ajuda. E o pai virou ás costas para ele.

—Ele não era apenas um vampiro.

—Ele também era lobisomem. Você me contou como a tal maldição funcionava, não é ativada até tirar uma vida. E quanto a você? Se tirar uma vida você vai...

—Não. Não. Eu sou muitas coisas, mas não lobisomem.

—Que tal ir na minha casa esse final de semana?

—Na sua casa? Com sua família?

—Sim. Meus pais, estão loucos para conhecer você.

—Você não pode contar a eles sobre mim. Sobre minha família.

—Sua família é legendária. Literalmente.

Ela sorriu.

—É. Pior que é. Eu vou me lavar, porque tem sangue pra todo lado.

The Phantom Of The OperaOnde histórias criam vida. Descubra agora