O ronco do motor rosnava sempre que Leon trafegava por lombadas e buracos em alta velocidade, pressionando e forçando a tensão das correias. O trajeto perpassava tranquilamente, mesmo com o anoitecer e a baixa iluminação se estendendo pelas ruas da cidade. Westwood era o exemplo de lugar que não era agradável vagar andando e desacompanhado, a famosa fatídica cidade descrita em filmes e livros de terror, onde um terrível crime estava prestes a acontecer.
Quando o veículo virou à direita, a estrada se transformou em um túnel de escuridão, onde a noite cerrada abraçou o carro, e apenas a lua e os faróis penetravam na escuridão. A paisagem ao redor desapareceu, substituída pela imensidão negra da floresta que se estendia à frente. Cada curva da estrada sinuosa parecia levar mais fundo para o desconhecido, e Harry sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao contemplar a vastidão sombria que se estendia além da trilha iluminada.
Imagens de filmes de terror ecoaram em sua mente enquanto ele imaginava o que poderia se esconder naquelas sombras densas. O vento sussurrava pelos galhos retorcidos das árvores, criando uma sinfonia de sons assustadores que ecoavam pela escuridão. Cada ruído parecia uma ameaça em potencial. Se viu tenso, os sentidos em alerta para qualquer sinal de perigo. A sensação de isolamento era avassaladora, imaginou como seria assustador se encontrar perdido naquele lugar ermo sozinho. A solidão era tangível, pesando sobre ele como um manto de trevas, enquanto os perigos ocultos da floresta pareciam se materializar a cada quilômetro percorrido.
— Qual o problema? — Murmurou para Thomas, captando pela terceira vez os olhares estranhos em sua direção.
— Você ainda não acredita que a floresta é segura.
— Você está certo.
— Relaxe, Harry. — Ele passou o braço pelo seu ombro. — Ouviu que Louis foi buscar Elisa? Isso mostra que as florestas são seguras a ponto da professora Lynch permitir que a filha vá. Elisa demorou para convencê-la, é claro, mas mesmo assim conseguiu. Acredite se quiser, Louis não mentiu sobre o lugar que a levaria, e prometeu que antes das dez a traria de volta para casa.
— Então pegarei uma carona com Louis quando ele trouxer Elisa. — Encolheu os ombros, sentindo Thomas jogar o corpo para mais perto. — Independente do que Kate fez, prometi ao meu pai que não sairia de casa.
— Boa ideia, mas quero que você se divirta essa noite. — Sorriu e observou Leon virar em uma região escura, onde o uso dos faróis foi requerido.
O caminho, uma estrada de terra batida, exibia marcas profundas deixadas pela passagem de veículos anteriores, com o barro predominando e cobrindo quase toda a trilha diante das majestosas árvores. Cada sulco na estrada era uma reminiscência das lutas da natureza contra a intervenção humana, e o aroma úmido da terra molhada impregnava o ar.
Era uma entrada de difícil acesso, como se a própria floresta tentasse dissuadir os intrusos. O mato espesso crescia exuberante dos dois lados da estrada, formando uma barreira natural que parecia querer manter os visitantes afastados. Os galhos das árvores se estendiam como dedos retorcidos em direção ao céu, alguns secos e quebradiços, outros ainda adornados com folhas murchas, criando uma atmosfera de desolação e desamparo.
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AS RUÍNAS
FanficHarry Styles desfrutava de uma vida amena e pacífica, até que uma mudança repentina o leva para uma cidade isolada no interior de Norfolk. O deslocamento indesejado desencadeia embates conflituosos com o pai e a madrasta, levando-o a desejar que alg...