15. Interlude: Daydream

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❝ I feel like I'm stuck in a dreamlike reality... ❞
───⊱❦⊰───

Com 17 anos de idade eu finalmente entendi o verdadeiro significado de "na vida há uma primeira vez pra tudo".

Só não imaginei que minha primeira confissão de amor seria feita num banheiro. Muito menos imaginei que a faria num momento tão imprudente.

Pelos deuses. Eu estava andando sobre uma corda bamba em um princípio.

Perdi minha casa, minha empresa, minha posição, meus títulos... Eu não era nada mais do que um pirralho sob os cuidados de um amigo do meu irmão. Não tinha absolutamente nada a oferecer.

Até mesmo a porra da calça que eu vestia era emprestada. Deplorável.

Depois que tudo começou a dar errado me vi obrigado a manter distância de Jungkook. Estudar no exterior havia sido a desculpa esfarrapada que o secretário do velho Kim encontrou para silenciar a escola. Na verdade eu estava ocupado tentando reverter o problema que explodiu nas minhas mãos.

Gastei três meses na Tailândia, trabalhando na supervisão das mudanças e... Bem, de castigo.

Meu irmão, Kim Seokjin, havia me obrigado a frequentar uma escola por lá e agir como um "pirralho normal" ao menos metade do tempo.

Quando as coisas estavam remendadas o suficiente, voltei para a Coreia com Jin. Mas quem nos recebeu não foi meu melhor amigo Hoseok, e sim alguns dos lacaios do meu pai.

Eu devia saber que a punição viria. Eu sabia que viria. Então apenas me deixei ser levado, respirando fundo e tentando controlar o tremor que ameaçava me fazer ceder de joelhos.

Fui levado para um dos terrenos abandonados do velho, já sabendo que dessa vez não seria apenas uma surra. Quando fui descartado de joelhos no térreo do único prédio do lugar (que mais parecia um estacionamento daqueles de vários andares), comprimi os lábios, cravando os olhos no chão. Então começou.

Não precisei ousar erguer os olhos para ver o velho Kim sentado confortavelmente na única cadeira enquanto seus peões me batiam com pedaços de madeira.

Cobri minha cabeça por reflexo, embora soubesse que jamais me bateriam ali sem as ordens claras. E as ordens atuais eram para não me deixar desacordado.

Pude ouvir Jin gritar e implorar como sempre fizera por mim. As vezes me pergunto se ser meu irmão não seria a maior punição do mundo. Eu odiava ver meu irmão desesperado e aos prantos. Desculpe, Jin hyung, por fazê-lo presenciar esse tipo de coisa.

A surra terminou e veio o decreto. Expulso. Deserdado.

Minha empresa seria leiloada. Minha posição de herdeiro passada para Jin. Eu era uma mancha que devia ser eliminada. Mas não seria até resolver a merda que eu mesmo fiz. Qualquer um com relações aos Juices não deveriam sequer me olhar.

Eu estava completamente sozinho. E assim gastei os meses seguintes me recuperando da surra e investigando o desvio das drogas.

Seokjin me confiou a um amigo misterioso que só aparecia enquanto eu estava na rua investigando. Toda noite, quando eu voltava para o quartinho que aluguei, encontrava comida, roupas limpas e dinheiro para o dia seguinte.

Isso se extendeu até que o grupo que eu investigava começou a se comportar estranho. Dispersaram os pontos de encontro, mudaram os horários. Uma noite fui obrigado a fugir pela janela do quarto porque alguns deles estavam na minha porta. E não pareciam querer conversar.

Passei a madrugada fugindo entre um beco e outro. Quando amanheceu, voltei verificar o lugar e encontrei Namjoon descendo as escadas.

Não foi um reencontro amistoso. Ele me odiava. Isso era óbvio. E também não fiquei muito contente, embora grato, por saber que ele era meu misterioso anjo da guarda.

Fall in the love's drug [KTH+JJK] Onde histórias criam vida. Descubra agora