Fall in the love's drug [KTH+JJK]

11. Smooth

❝ Tell me, with your sweet smile. Tell me, like a whisper... ❞
───⊱❦⊰───

Depois de sumir por cinco meses sem dar o menor sinal de vida, ali estava ele, me direcionando não mais do que um sorriso torto e um "oi".

Eu não sabia se ainda respirava enquanto aquele poço dentro de mim se partia. Todo o turbilhão de memórias, a frustração, a confusão, tudo aquilo que eu não soube nomear por todas aquelas semanas acumuladas tomavam forma em um sentimento: eu sentia falta dele. Eu senti uma puta falta desse garoto.

Sem forças para fazer muito mais do que me arrastar para o lado de Namjoon no sofá, me mantive em silêncio.

Concentrei-me em engolir todas as perguntas, acusações e lamúrias. Apertei os olhos, lutando contra a ardência. Que inferno.

Eu estava trêmulo, à beira das lágrimas. Lágrimas. Por um sujeito que não me dava a mínima.

As pessoas não estavam brincando quando diziam que o mundo dá voltas e que o karma vem. Diante desse pensamento soltei um riso baixo, amargo e cortante.

- Podem começar a explicar. - Minha voz saiu rouca e me amaldiçoei por isso. 

- Não parece estar feliz em me ver. - A voz profunda de Taehyung estava inabalada. - Pensei em fazer uma surpresa... 

- Não piore as coisas pirralho. - Namjoon disse de forma ríspida, claramente irritado. Mas Taehyung prosseguiu, me levando a fitá-lo, incrédulo. 

- Feliz aniversário, Jungkookie. - Disse projetando o corpo para frente, alargando o sorriso. Seus dedos passaram despreocudamente sobre os lábios, enquanto me fitava com certo brilho no olhar. 

- Vai se foder. - Respondi sem conseguir manter a atuação contida. 

- Não piorem as coisas. Jungkook... Aconteceu umas coisas e...

- Tire ele daqui, hyung. Vou voltar a dormir. 

Levantei deixando claro que não teríamos conversa alguma sobre o que quer que fosse aquela porra. Mas assim que dei as costas pude ouvir a voz de Taehyung arrastada, numa clara provocativa.

- Sozinho? Posso te fazer companhia,  como nos velhos tempos. 

- Vai. Se. Foder. - Foi a única resposta que dei antes de voltar para meu quarto. 

Bati a porta, socando-a em seguida. Num acesso de fúria me esqueci completamente de meus dois amigos adormecidos. Então soquei de novo. E de novo. E de novo.

Desabando no chão com a respiração irregular enquanto ouvi vozes distantes chamando meu nome. Acho que aquele bolo na minha garganta se desprendeu em um urro selvagem, mas eu era um confusão em meio as lágrimas que corriam sem o menor controle. 

Senti mais do que vi, dois pares de mãos me segurando com firmeza, me arrastando para trás ainda que eu me dabatesse como um animal encurralado.

Fiz força e devo tê-los acertado, mas Halsey e Jimin não desistiram. E só parei com aquela confusão de golpes no ar quando os dois prenderam meus braços em meu tronco. 

Halsey me abraçava por trás como uma corda indestrutível me impedindo de erguer os braços ou tentar qualquer coisa.

Jimin se lançara em minha frente, as mãozinhas agarravam meu rosto me obrigando a encará-lo. Suas mãos estavam trêmulas e eu via seus lábios se moverem chamando meu nome e me pedindo para ter calma. Mas foi quando notei o rastro de lágrimas em seu rosto, e quando ouvi um soluço baixo vindo das minhas costas, que cedi, derrotado.