HISTÓRIA ESCRITA EM CONJUNTO DA Fantasminha98
O bruxo loiro estava caído sobre uma das mesas encardidas de um dos bares decadentes que ficava escondido entre as vielas da Place Cacheé. Era quase três da manhã e o dono, um homem corpulento com um bigode ruivo de muito mal gosto, já queria fechar o Eau de Sirène para poder abrir mais tarde tendo pelo menos fingindo passar um pano nas mesas e jogado uma água no chão para tirar o fedor de vômito e bebida barata.
- Allons-y D'Fay!!! Vamos, acorda seu vagabundo! - Gritou o homem mais velho enquanto sacudia o outro que apenas gemeu.
- Me deixe em paz, Chêne, ta gueule!
- Sai daqui, tire-toi! Tenho que limpar o bar, porcaria.
- Como se você limpasse essas espelunca! - Reclamou o bêbado. - Se não fosse por mim ninguém viria nesse quinto dos infernos! - Reclamou empurrando o outro que o sacudia e tentava arrancá-lo da cadeira.
- Quer ser banido daqui também, seu vagabundo!? E aí quem vai te vender Whisky de fogo? Hum? Fiquei sabendo que foi colocado para fora do Le Lune a chutes, posso fazer o mesmo! - Falou Chêne agarrando o loiro pelos braços finos e finalmente o enxotando dali.
- Va te faire foutre, fils de pute! - Xingou o homem bêbado, enquanto cambaleava pelas ruas escuras e quase totalmente desertas do bairro boêmio Montmartre, na sua atual condição não podia nem cogitar aparatar em seu apartamento.
Felizmente o quartinho minúsculo que Olivier D'Fay Bauffremont alugava em cima de uma distribuidora de jornais bruxos era perto do bar, que apesar das brigas constantes em que se metia, dos xingamentos e ameaças de expulsão sempre voltava a frequentar. Não era como se o artista tivesse algo mais útil para fazer com sua vida do que tentar se afogar num coma alcoólico.
Mesmo sendo um renomado pintor expressionista bruxo, o loiro pouco se importava com quem comprava seus quadros ou quanto pagava por eles, apenas guardava tudo que recebia no seu cofre no banco de Gringotes Francês, não fazia a menor idéia de quanto era seu saldo, apenas fazia suas retiradas diárias para gastar em tintas escuras e bebidas. Suas obras tinham se tornado famosas por serem extremamente expressivas e carregadas de raiva e melancolia, D'Fay era conhecido nacional e internacionalmente por saber pintar a dor e a solidão. Muitos queriam financiá-lo, mas ele se recusava a pintar sob encomenda e assim se dedicava exclusivamente a sua arte, isso quando não estava caido em algum bar sujo. Os únicos quadros que se recusava a vender eram os retratos da bruxa loira que ninguém além de sua amiga e agente conhecia.
As luzes da distribuidora já estavam acesas e logo as corujas viriam buscar os jornais. Ele abriu a portinha de ferro do lado esquerdo e quando pisou no primeiro degrau quase escorregou nos seus próprios exemplares de jornal, O Le Monde-Magique estava em cima do Daily Prophet o jornal Inglês que ele comprava constantemente desde o dia que vira a foto da mulher loira com seu filho na primeira página da edição matinal do dia 24 de Junho de 1996, quase dois anos atrás.
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Les Liens Familiaux - Livro 2
FanfictionHISTÓRIA ESCRITA EM CONJUNTO DA @Fantasminha98 Continuação de Com amor, Draco. Cada escolha que tomamos ao longo da nossa vida tem suas consequências, são elas que nos definem e marcam nossa história. Entretanto, essas escolhas nunca afetam apenas u...