Huit

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LIVRO ESCRITO JUNTO DA Fantasminha98

Narcisa tinha criado uma rotina nos dias que se seguiram. Enquanto Olivier ia cedo para a escola, ela cuidava das tarefas de casa, normalmente o marido vinha almoçar em casa, mas quando ficava preso com uma tarefa muito importante na escola mandava uma carta dizendo infelizmente que não conseguiria voltar. Pela manhã ela se dedicava alternadamente entre as tarefas domésticas e a cuidar do seu magnífico e enorme jardim. Depois do almoço ela fazia sua sesta ouvindo sua rádio-novela preferida, para a tarde se perder em um bom livro da sua biblioteca particular ou passeando pela cidade.

Muitas vezes Olivier chegava em casa e encontrava a companheira a frente de um caldeirão, melhorando algumas fórmulas de suas poções cosméticas e perfumes. Narcisa começou a se recusar a frequentar o Boticário local, já que dizia que aquele lugar era um verdadeiro fiasco! Suas poções não eram eficazes, o ambiente não era nada limpo e duvidava da veracidade dos ingredientes vendidos. A bruxa loira era uma excelente pocionista em sua época de escola, talento esse tinha sido passado para Draco, e por isso Narcisa se dava ao luxo de incrementar e até mesmo fabricar as suas próprias poções em casa.

Semanalmente às sextas feiras, dia que Olivier tinha a grade horária toda ocupada por aulas e precisava almoçar na escola, Narcisa almoçava com a cunhada e agora verdadeira amiga, Camille. Elas alternavam entre a casa de ambas e um refinado restaurante da Place Cachée em Paris que estavam naquela semana. Exatamente às 12h em ponto a loira estava entrando pelas portas do restaurante Pecorino, especializado em massas, quando ela viu a bruxa morena acenando alegremente fazendo com que Narcisa fosse prontamente em direção a Camille que sentava em uma mesa mais reservada perto das janelas.

O almoço corria bem, Narcisa novamente reclama da péssima qualidade das ervas que eram vendidas no boticário da quinta ilha e como ela queria aproveitar para, depois do almoço, comprar algumas mudas das plantas que ela pretendia cultivar em seu próprio jardim de ervas medicinais raras. Camille por sua vez contava animada sobre sua nova pesquisa acerca da indumentárias medievais usadas nas secretas cortes bruxas, projeto esse que estava sendo financiado pela universidade francesa em parceria com a comunidade bruxa espanhola e portuguesa. A loira degustava um excelente prato de capeletes, recheados com queijo de cabra, regados ao molho ao sugo e manjericão enquanto sua companhia preferia um risoto de camarão ao molho branco a base de queijo brie.

Tudo estava excelente até que uma figura esguia, loira e elegante adentrou o restaurante. Depois de educadamente dispensar o maitre ela se aproximou da mesa de Narcisa e Camille. Enquanto a Inglesa fechava o rosto claramente indignada Camille se via em uma perfeita saia justa sem saber o que fazer já que tinha sido ela a sugerir que a outra viesse.

- O que você está fazendo aqui?

- Apolline gostaria de conversar com você, Narcisa... - Falou Camille tentando ser a intermediadora, mas logo sendo calada pela resposta seca da cunhada.

- Ela não o fez a tantos meses atrás e não será agora que fará.

- Narcisa, me desculpe. Eu... - Apolline estava realmente arrependida e queria verdadeiramente se desculpar com a bruxa.

- Você o que!? Quer se desculpar por colocar o próprio primo em perigo, ao submeter a companheira do mesmo a um julgamento que poderia afastá-la dele para sempre colocando a vida do mesmo em risco de morte? Quer se desculpar por me obrigar, pelas circunstâncias, a mostrar para meio mundo fae as mais cruéis e terríveis lembranças que eu... - Ela teria continuado mas seus olhos se encheram de lágrimas quando as imagens que teve que revelar no julgamento inundaram sua mente foi obrigada a se calar.

Les Liens Familiaux - Livro 2Where stories live. Discover now