Quatre

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A carta de convocação Fae chegou no meio da tarde seguinte, sendo bem enfática:

Paris, France.

Sexta, 22 de Maio de 1998.

Madame Narcisa Black Malfoy,

De acordo com a violação das Leis 967 e 1.534 do Decreto de Trato e Convivência com Criaturas Mágicas, a senhora está sendo processada criminalmente pela Corte de Brume em conjunto com o Departamento de Cooperação Mágica entre Bruxos e Faes.

Lamentamos informar que a senhora está sendo convocada a comparecer ao Tribunal da Suprema Corte Bruxa às quinze horas do dia 10 de junho de 1998 e a Suprema Corte Fae às nove horas do dia 23 de julho de 1998.

Medidas drásticas serão tomadas caso esteja ausente em qualquer uma das duas audiências.

Fazemos votos que esteja bem.

Atenciosamente,

Arquetuc Otbat.

Efficace da Corte Profit D'Or

Representante em Exercício da Suprema Corte Fae.

&

Élodie Saint-Exupéry.

Departamento de Cooperação Mágica entre Bruxos e Faes

Ministère des Affaires Magiques.

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- Aqui diz que minha audiência está marcada para daqui a duas semanas. - Narcisa estava chocada com as duras palavras na carta. - Na verdade só diz isso. Como esperam que eu prepare uma defesa se apenas dão números de Leis que eu sequer tenho conhecimento?

- Precisamos correr com isso. Se importa de ficar alguns momentos sozinha? Preciso buscar Alexis.

-Traga o mais rápido possível.

Cerca de meia hora mais tarde Olivier estava de volta junto do homem alto e moreno com incríveis olhos azuis gelo, que cumprimentou Narcisa com grande interesse. Naquele meio tempo a mulher tinha preparado um bule de chá para um típico e rico chá da tarde inglês com torradas, mini-sanduíches, bolinhos doces e os scones com geleia e lemon curd. Mas sabendo que advogados e principalmente os franceses preferiam café serviu também a bebida na mesa de centro da sala, logo colocando mais uma vez sua máscara de frieza. Ressentia muito ter de mais uma vez voltar a usar aquilo que tanto a lembrava de seu casamento anterior, mas se tinham de planejar uma vingança, nada melhor do que aflorar seu lado sonserino.

- Boa tarde, Madame. Sou Alexis Bourgogne e serei seu advogado de defesa. - Ele a cumprimentou, ficando chocado com a mulher que via. Ela era tão igual do que os jornais estampavam, mas ao mesmo tempo tão diferente... Alexis se sentia quase como defendendo uma sub-celebridade o que, com certeza, daria o status que ele queria.

Olivier também estava boquiaberto com Narcisa. Aquela... Aquela não era a mulher que ele tinha deixado meia hora antes. Toda a frieza, rancor e mágoa que seu rosto expressava... Ele tinha certeza que aquela era a Comensal da Morte, e não sua companheira.

- Ciça... O que aconteceu? - Ele perguntou acanhado. - Aconteceu alguma coisa?

- Sim, aconteceu, Olivier. - Respondeu dura indicando as poltronas para que se sentassem em torno da mesa de centro baixa onde o chá e o café estavam servidos. - Seu irmão e prima me acusam de não ter evitado que meu próprio filho morresse. Já tive que passar por todo o julgamento britânico em que Draco foi exatamente o ponto chave que provar minha inocência, e quando penso que posso recomeçar de novo ME ACUSAM DE O TER DEIXADO MORRER?! Realmente gostaria e esperava conhecer sua família em uma situação mais agradável, mas se eles quiseram nessas condições, é o que terão. Não vou deixar que o sacrifício de Draco tenha sido em vão, muito menos ouvir falsas acusações calada. Querem usar o pretexto de que eu era Comensal? Ótimo! Vão enfrentar uma. - Seu tom era frio e cortante, chocando o companheiro com seu olhar cruel, em momento algum permitindo que suas lágrimas caíssem. Precisava se manter de cabeça erguida para pensar claramente em como sair daquela. - Agora, é um prazer conhecer o Sr. Bourgogne. - Rapidamente o tom alegre e educada já estava de volta, surpreendendo os dois homens.

Les Liens Familiaux - Livro 2Where stories live. Discover now