9 - Outro assassinato na cidade

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Louis William Pomeroy – Ponto de Vista

20 de abril de 2014 (domingo)


Doce. Doux Maeve Bettencourt.

Minha língua procurava pela dela com grande fervor e necessidade. Certifiquei-me de apertá-la com força contra o meu tronco, para conseguir apreciar cada detalhe e cada sensação que seu corpo podia me proporcionar naquele momento.

O beijo inesperado havia sido muito mais intenso do que eu poderia imaginar. Meu fôlego foi se esvaindo conforme eu não conseguia separar minha boca da dela, e se foi completamente quando a garota raspou as unhas em minha nunca. Desliguei nossas bocas por poucos centímetros, apenas o necessário para que pudéssemos captar um pouco mais de oxigênio. Maeve distanciou um pouco mais seu rosto, me alarmando.

Puxei sua cintura com pressa, a trazendo de volta para mim. Agora que eu havia começado, não planejava parar. E também não deixaria que ela parasse.

Com minha outra mão, segui até seus cabelos macios e agarrei os fios para que a garota não pudesse fugir de mim. Inclinei-me para frente, fazendo que ela curvasse as costas e desse passos cegos para trás até finalmente conseguirmos encontrar um suporte. Espremi seu corpo contra o meu e o poste. Maeve soltou um gemido delicioso ao sentir o baque e ter seu lábio inferior mordiscado por mim.

O formigamento que surgiu em meus dedos quando toquei a pele de seu rosto foi algo novo para mim. Assim como também era novidade eu estar tão disposto a não deixar que aquele momento acabasse.

Foi uma sensação de puro deleite tocar a pele da base de suas costas, quando minha mão traçou um rumo por debaixo de sua roupa. Maeve impulsionou o quadril para frente, me fazendo delirar e abaixar minha boca para seu queixo. Distribui leves beijos e mordidas pela sua linha do maxilar até chegar à pele quente e sensível do pescoço. Meus dentes roçaram ali quando sorri ao ver o chupão dado por mim e deixei um beijo molhado em compensação.

A pequena Bettencourt me agarrou pelos ombros quando coloquei as duas mãos por baixo do pano de sua camiseta e friccionei meus dedos em suas costas, com necessidade de ainda mais contato. Sua respiração quente bateu contra o meu queixo e eu me foquei em seus olhos; a respiração ofegante e peito disparado. As pupilas de Maeve estavam dilatadas e intensas, capazes de me atrair para seus lábios novamente como uma espécie de imã.

Era possível sentir o gosto agridoce de sua boca misturado com o gosto do álcool da minha. E era uma mistura majestosa.

Eu havia realmente bebido algumas doses de uísque um pouco antes do acontecido, mas estava lúcido. Lúcido o bastante pra saber que era um momento o qual eu gostaria de eternizar. E lúcido o bastante para saber que eu odiava Maeve Bettencourt por me causar aquilo.

Naquele momento, eu tinha a necessidade desesperada de possuí-la por inteiro e afastá-la de mim como alguém afasta um cão sarnento. Porque eu jamais poderia me permitir ser envolvido pelas garras de um Bettencourt. E foi quando ela soltou um suspiro ao me sentir avançar contra sua clavícula, que uma luz forte nos afastou feito água fria.

Um carro havia surgido do nada. Era como se ele estivesse por ali há muito tempo, pois não o ouvimos anteriormente,  mas só então ligou os faróis direto em nossa direção.

Maeve se distanciou de mim em um pulo desesperado, olhando com pavor para o carro que finalmente reproduziu o som do motor e foi se afastando pela rua. Eu não havia conseguido identificar o modelo do veículo, mas pude ver o prata reluzente da lataria brilhar.

Bienvenue Mon ChériOnde histórias criam vida. Descubra agora