12 - Mente perturbada

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Maeve Bettencourt – Ponto de Vista

12 de maio de 2014 (segunda-feira)


— Então é isso? — Chandler perguntou sem diminuir seu sorriso — Vocês não vão falar nada agora? Vão fingir que não acabei de flagrá-los em uma cena um tanto quanto... Íntima?

Louis e eu nos remexemos desconfortáveis. Foi impressionante como conseguimos sair do chão em um espaço de tempo tão curto. Eu estava ao seu lado, apoiada na lataria do meu carro. Louis mantinha os braços cruzados e expressão irritada.

— Pensei que vocês se odiassem. — Hogan continuou a tirar sarro. Ele estava parado de frente para mim e o rapaz ao meu lado, nos encarando com ironia — Não quero nem ver como será quando se amarem.

Roi des cons. — Louis resmungou, virando a cabeça para o lado.

— O que foi que você falou, cara? — o rapaz de olhos verdes perguntou tirando da boca um palito que mordia — Eu não aturei minha professora de francês por dois anos e meio para não entendê-lo nesses resmungos mal-educados.

— Você não vai querer entender o que ele falou. — garanti à Chandler. Abracei meu corpo por estar me sentindo extremamente desconfortável com aquela situação e perceber que a temperatura caía cada vez mais.

— Sua professora de francês era a sua mãe. — Louis rebateu com mau humor. Chandler balançou os ombros com indiferença.

— Aturar a minha mãe é uma tarefa difícil.

Um silêncio se instalou entre nós.

Louis e eu não nos olhávamos, para evitar constrangimentos ainda maiores. Hogan, por sua vez, mantinha seu sorriso zombeteiro no rosto e nos olhava como se nos pegar naquela situação fosse a maior alegria de sua vida.

Eu queria enterrar meu rosto em um buraco bem fundo.

— Vou fingir que Louis ficou muito feliz por saber que você aceitou nossa proposta, então acabou com a boca na sua para comemorar. — Chandler falou, me fazendo revirar os olhos — Esta teoria lhe agrada, linda?

Tirei meus olhos dos tênis do rapaz e encarei seus olhos verdes e divertidos. Eu queria sair correndo dali. Como se eu já não me sentisse culpada e estúpida o suficiente, agora Hogan estaria ali para jogar meu erro na minha cara pelo resto da vida.

— Eu não aceito. — falei rapidamente. Pomeroy não me olhava até então, mas virou seu rosto para mim ao ouvir meu decreto — Não vou participar disso.

— Hum... — Chandler grunhiu com a garganta — Vamos ter que partir para o plano B, Lou.

— Plano B? — perguntei com as sobrancelhas franzidas.

— Se você não aceitar, chamaremos a Dariella para nos ajudar. — Louis disse de má vontade, como se falar comigo fosse o seu pior castigo. Qual era o problema dele, afinal? — E você sabe que ela não é uma pessoa muito forte. Dari vai acabar contando para alguém sobre nosso plano...

— E esse alguém se chama Simon, o namoradinho dela. — Hogan completou.

— Quando Simon ficar sabendo sobre nosso plano, irá correndo contar para Deus e o mundo. — William fechou alguns botões de seu casaco quando o frio ficou mais rigoroso. Estava começando a ficar difícil permanecer ali — Se nosso plano for parar nos ouvidos do assassino, Dariella estará automaticamente em perigo, assim como Chandler e eu.

— E eu tenho certeza que você não quer ir ao meu enterro, ou ao de sua amiga. — Chandler torceu os lábios em falso pesar.

— Deixe-me ver se entendi direito... — ergui meu dedo indicador — Vocês estão me chantageando?

Bienvenue Mon ChériOnde histórias criam vida. Descubra agora