6.2 - Chegue um pouco mais perto

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~ Esse trecho fazia parte do capítulo 6 "Come a little closer", mas por eu ser extremamente lerda, não vi que estava faltando. ~


Maeve Bettencourt — Ponto de Vista

5 de abril de 2014 (sábado)


A noite estava clara graças à lua que brilhava com força no céu. Eu podia ver perfeitamente várias estrelas brilhando e também podia ver o resto do lugar em que me encontrava.

Eu estava me sentindo indisposta, cansada de alguma coisa. Já passava das onze horas da noite quando eu havia acordado suando e eufórica, com os cabelos compridos grudando na testa e o peito subindo e descendo com força.

Não sabia a causa daquilo, mas não consegui dormir outra vez.

Fiquei procurando algo para fazer, rodeando o quarto e tentando achar algo que pudesse me distrair. Olhei pela janela, jurando ter visto novamente aquele mesmo carro prata reluzindo sobre a luz de um poste da rua.

Daquela vez, não pude ver se o motorista estava ali também, mas tinha uma terrível sensação de estar sendo observada.

Fechei a cortina, tirei o pijama e coloquei uma roupa quente e confortável. Calcei minhas botas e peguei a chave do meu carro.

Saí pela janela, evitando esbarrar com os meus pais e ser questionada, talvez até mesmo punida.

Quando pisei na rua, vi que o carro não estava mais estacionado debaixo do poste. Continuei querendo sair dali mesmo assim. Meu corpo ainda estava eufórico, eu me sentia levemente sufocada e o ar frio da rua estava me ajudando a relaxar.

Peguei meu carro e dirigi para o mesmo lugar que costumava ir quando não estava me sentindo bem. Estacionei a poucos metros da faixa no chão pintada com tinta branca, saí do carro e me sentei no teto do Nissan Qashquai.

A brisa fresca me acalmava , balançava meus cabelos e resfriava meu corpo. Minhas bochechas estavam frescas, mas só até a lembrança dos lábios de Louis em uma delas.

Eu ainda podia sentir o calafrio correr pelo meu corpo de quando ele me tocou. Podia ouvir sua respiração controlada, seu calor exalando, seus lábios...

Pomeroy só poderia ser maluco! O que mais seria?

Pro inferno com aquela bipolaridade! Ele não podia ficar me proporcionando inúmeros sentimentos e sensações em pequenos espaços de tempo.

Olhei para a placa diante de mim, iluminada pela lua. Aquela estrada era a que dava para fora do município. Uma faixa branca no chão delimitava onde começava e onde terminava a área da cidade e uma placa de madeira velha dizia "Você está saindo de LittleKoch".

Eu já havia passado inúmeras horas da minha vida naquele lugar, olhando da placa para a faixa, da faixa para a placa.

Na madeira retangular, as letras estavam pintadas com tinta amarela, que era retocada quando desbotava. As letras eram grandes e redondas, a madeira já começara a descascar e junto das palavras estava desenhada um abelha feliz e sorridente.

Eu nunca entendi aquela maldita abelha. O que diabos ela estava fazendo ali, o que ela representava para a cidade?

Nunca vi ou soube de algo que pudesse me explicar o que aquele desenho significava.

Ao olhar para o chão, dava para ver uma rachadura no asfalto que seguia em direção à faixa, mas parava exatamente onde a tinta branca começava.

Eu ria da minha própria desgraça vendo aquilo e pensava, olhando para a rachadura: "Nem você consegue sair dessa cidade".

Apesar da grande vontade de sair de LittleKoch, eu nunca havia passado pela faixa branca.

Bienvenue Mon ChériOnde histórias criam vida. Descubra agora