19 - Ninho de cobras

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Maeve Bettencourt – Ponto de Vista

7 de julho de 2014 (segunda-feira)


Eu estava sendo arrastada para fora da mansão Depardieu com tamanho fluxo de pessoas que corriam atrás da detetive, a qual algemou Simon na frente de todos. Com a mente em branco, sem conseguir falar uma palavra, me deixei levar pela multidão escandalizada.

Simon havia sido acusado de assassinar Dariella Nicholl. Dieu! Que tipo de brincadeira era aquela?

Quando consegui sair e sentir o ar gelado da noite bater contra meu rosto, notei uma mão agarrar firmemente o meu pulso. Virei-me para trás e pude ver Chandler me olhando com uma expressão indecifrável.

— O que está acontecendo? — perguntei atordoada — Por que a detetive Conelly está levando meu amigo? Eu preciso encontrar meu pai. Ele não me disse nada sobre isso. Não pode ser!

— Ei, Maeve! — o garoto agarrou meu rosto, para que eu parasse de indagar desesperadamente — Fique calma. Nós vamos descobrir o que aconteceu.

Tentei respirar fundo, com o rosto entre suas mãos. Quando desviei o olhar, assisti junto de toda LittleKoch a cena absurda. Daphné colocou Simon Depardieu na viatura e depois partiu.

Hogan me levou até seu Mazda 3 vermelho e acelerou em direção à delegacia. Durante o caminho, roí todas as minhas unhas. Nada fazia sentido na minha cabeça.

Não éramos os únicos correndo para a estação de polícia, para tentar entender o que se passava. Quando desci do carro, corri em direção à entrada, onde muitos eram barrados para conter a confusão. Evangeline e Mathieu gritaram quando me viram passando pela barragem de oficias, na esperança que eu os ajudasse a entrar.

— Venha. — agarrei meu namorado de faixada e deixei os outros para trás.

Avistei o detetive Theron ao lado do policial Edmond Rainier e me apressei para alcançá-los.

— Maeve, você não deveria estar aqui — o loiro pôs a mão em meu ombro. Desviei de seu toque raivosamente — Ninguém pode entrar. Chandler, por favor, leve ela daqui.

— Por que Simon foi preso? Diga logo! Como meu pai pôde não me dizer nada?

— O delegado não estava sabendo. — Rainier deixou escapar. O detetive ao seu lado o repreendeu com o olhar — Desculpe.

Fiquei desconcertada. Como meu pai não saberia de algo naquela cidade? Ainda mais dentro de sua própria delegacia?

Chandler gentilmente levou sua mão para as minhas costas. Fechei o punho com força, com ódio. Queria saber o que estava acontecendo e tinha pressa. Meu amigo estava sendo acusado de algo absurdo. Ele jamais cometeria um homicídio, muito menos de sua própria namorada. 

Minha vontade era de bater em Daphné.

Papai chegou apressado pelo corredor, gritando o nome da mulher dona de meu descontrole. Os homens diante de mim enrijeceram seus corpos e abaixaram a cabeça em respeito e medo. A fúria nos olhos do delegado era maior do que a minha. Hesitei por um segundo, mas peguei sua mão indelicada.

— Papai, por favor, descubra o que está acontecendo.

— Hogan, tire minha filha daqui agora mesmo.

— Sim, senhor. — o garoto se aproximou — Linda, vamos pegar um copo de água para você.

— Eu não quero água. Quero falar com Simon.

Bienvenue Mon ChériOnde histórias criam vida. Descubra agora