Corri até ao parque que estava perto de casa, lembrando-me daquela vez em que o Harry me disse que quando precisava de pensar ia sempre para ali.
Quando cheguei, sentindo que o coração me ia explodir ou sair do peito a qualquer momento, parei a uns metros do rapaz. Não sabia se era pela falta de ar que tinha por ter corrido desde casa até ali ou pelo facto de que estava prestes a fazer algo que nunca tinha feito e os meus nervos encontravam-se pelos ares.
Olhei para o Harry. Tinha os pés no banco em que estava sentado. Os seus braços abraçavam os seus joelhos e os seus olhos estavam vermelhos e perdidos em alguma parte da paisagem. Apanhei ar e aproximei-me dele. O rapaz não deu sinal de me ter notado, por isso voltei a ficar quieta ao seu lado. Não aguentava isto, tinha que falar com ele. Abri os meus lábios mas nenhum som saiu deles. Não sabia o que dizer, as palavra não me saiam. Levei o meu olhar aos seus lábios e senti a necessidade de os beijar. Céus, precisava mesmo dele e só agora é que me tinha apercebido disso. Aliás, podia jurar que nunca ninguém poderia sentir o que estava a sentir neste momento. Olhei para os seus olhos vermelhos e húmidos e senti-me a pior pessoa do mundo. A culpa era minha. Era tudo culpa minha. Por ser parva, orgulhosa e cega. E eu sabia, sabia muito bem, mas não sabia como lhe dizer tudo o que estava a sentir neste momento. Não sabia como lhe dizer o muito que gostava dele e o vazia que me tinha sentido quando acordei naquela manhã e ele não estava. O muito que tinha pensado odiá-lo depois daquilo, que afinal não foi ódio, mas dor por ter perdido algo que achava que não era meu e a raiva e impotência de achar ter voltado a cair, quando realmente ele apenas me estava a ajudar a levantar. Não me atrevia a aproximar-me dele, mesmo que o devesse fazer. No entanto, tentaria. Juro pelo que mais amo que tentaria.
Sentei-me ao seu lado e ele finalmente pareceu sair da sua nuvem e olhou para mim. Senti como um nó se formava no meu estômago quando os seus olhos chorosos conectaram com os meus. És um sensível, Harry, pensei com ternura. E esse era o momento em que eu devia dizer algo mas, de novo, as palavras não me saíam dos lábios.
-Desculpa. - murmurei sem saber o que dizer. Isto não era o mais adequado, mas era o mais sincero.
Ele baixou o olhar e suspirou.
-Se te vieste desculpar por aquilo do Edward, podes poupar as lamentações. - disse ele quase inaudível. Não havia o mais mínimo sinal de ciúmes ou raiva no seu tom de voz, apenas tristeza.
Oh, Harry.
-Não. - disse eu e ele voltou a olhar-me diretamente nos olhos. - Não estou aqui pelo Edward. - fiquei uns segundos em silêncio, deixando que os nossos olhares fizessem o trabalho todo. Não sabia o que dizer. Esta era a primeira vez na qual tinha que confessar os meus sentimentos e as minhas desculpas à pessoa que mais me importava neste momento. - Harry. - voltei a dizer o seu nome e ele entreabriu os lábios, provocando assim que a minha vontade de o beijar aumentasse e os meus nervos também. Os meus olhos ficaram chorosos devido ao estúpida e embaraçada que me sentia, e por impulso enterrei a minha cabeça no pescoço do rapaz e abracei-o. Precisava de senti-lo perto. - Por favor, Harry, perdoa-me. - sussurrei no seu pescoço. Ele tensou-se por uns segundos e depois baixou as pernas do banco para me deixar mais confortável. - Eu... eu - gaguejei.- Tenho saudades tuas. Fui uma estúpida. Tu... tu não tinhas culpa de nada. Por favor, Harry, eu adoro-te. - o rapaz correspondeu ao meu abraço. - Desculpa, a sério, estava tão cega preocupando-me com que o meu passado não se repetisse que não me apercebi do que tinha. Disse que não te ia deixar, e deixei-te. Harry, gosto mesmo de ti. Estou apaixonada por ti, na verdade. Preciso de ti, perdoa-me.- ele não disse nada e eu não conseguia olhar para ele desde a posição em que estava. - Harry, diz alguma coisa. - sussurrei. - Por favor.
Senti como me separava do seu pescoço e temia que me mandasse à merda. Mas não o fez. Em vez disso, olhou-me nos olhos. Senti-os a conectar com cada parte de mim, como se a partir de agora ele fosse a pessoa que mais sabia sobre mim. Deslizei o meu olhar até aos seus lábios e não duvidei um segundo em beijá-lo. Harry respondeu ao beijo imediatamente e pousei as minhas mãos na sua nuca, aproximando-o de mim. O nossos lábios mexiam-se lenta e docemente, saboreando o momento, sem pressa. Encontrava o amor nos seus lábios e no doce e embriagador compasso a que se mexiam. A sensação de que o meu lugar era com ele tornou-se mais forte que nunca, e com este beijo demonstrou-me o quanto gostava de mim. Ele não precisava de palavras, ele não precisava de gestos , ele não precisava de nada que não fossem os seus lábios para me demonstrar o quanto gostava de mim. Porque esta era a sua linguagem, esta era a sua maneira de me dizer como se sentia, e sabia que estava a aceitar as minhas desculpas.
![](https://img.wattpad.com/cover/24566805-288-k428865.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Trigémeos Styles (tradução)
FanficPrimeiro livro da coleção "O Trigémeos Styles". Acompanha a história de Bella, uma aluna de intercâmbio que irá parar numa casa muito interessante, onde conhecerá Harry, Marcel e Edward, três rapazes muito diferentes mas ao mesmo tempo exatamente ig...