a volta do estranho

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No dia seguinte

O dia estava a correr bem, porem sentia-me um pouco nervosa. Hoje teria de contar à Bela e ao kylo o que planeava fazer. Eu realmente queria que eles tivessem lá, e não lhes podia esconder uma coisa tão importante para mim. Mas parecia que a tarde nunca mais chegava, era como se o tempo fica-se mais lento.

Mas após uma longa manhã, chegou finalmente a hora de almoço.

-Então as aulas correram bem? – perguntou Bela se aproximando da nossa mesa.

-Sim – respondi juntamente com o Isac – e as vossas? – perguntei.

-Também – respondeu Kylo – sabem aquele rapaz novo que vos falei? Convidei para se sentar aqui, espero que não se importem.

-Não – disse pensativa, espero que ele não passe a tarde connosco, assim não iria conseguir contar a eles.

Bela e Kylo começam a acenar na direção contraria de nós. Eu e o Isac nos viramos e vemos o novo rapaz. Não poderia acreditar no que eu estava a ver, era o rapaz da galeria que queria comprar os meus quadros a toda à força.

Eu olho para o Isac com medo. Supostamente o rapaz não se lembra do que aconteceu, mas isso não deixava mais descansada.

Ele senta-se do lado de Kylo – olá, eu sou o Adam, é um prazer vos conhecer – sorriu.

-Eu sou o Isac, e esta é a Rachel – apresentou ele – é um prazer.

-Ele escreve bem – disse Kylo entusiasmado – acho que vamos usar umas das suas letras para as nossas canções – disse Feliz.

É impossível, isto não pode estar a acontecer. E se este rapaz for mesmo louco, ainda vai acabar por fazer alguma coisa ao Kylo.

-Sim estou entusiasmado por conhecer o lugar onde eles trabalham – disse Adam, mas agora com um sorriso que me fez dar um arrepio.

-Então conta-nos sobre a tua vida – disse Isac – para nos conhecermos melhor.

-Okay, bem eu vivia na cidade aqui ao lado, mas tive de mudar de escola, e desde então vivo aqui – fez uma pausa – acho até que lembro de vocês – olhou estranho para nós.

-Claro, do concerto – respondeu rapidamente Isac – perguntaste se a banda ia tocar mais musicas.

-Ho sim, é verdade.

-Que engraçado vocês já se terem conhecido – riu Bela.

-Sim muito – disse com um sorriso falso.

-Bem, eu vou buscar mais água – disse ele e se levantou.

Assim que ele estava longe da mesa, eu e Isac nos aproximamos de Kylo e Bela.

-Ele é o tal rapaz da galeria que queria comprar os meus quadros – disse baixinho.

-O quê? Mas como ele não se lembra disso? – perguntou Bela indignada.

-Não sabemos, mas é melhor teres cuidado – disse Isac olhando para o Kylo – ele ainda acaba fazendo algo à vossa banda.

-Mas ele parece tão normal – disse Kylo abalado.

-Eu também achava isso – disse.

Ele começa a se aproximar, e antes de chegar falo rapidamente algo.

-Olhem, eu preciso falar com vocês esta tarde, é importante.

-Okay – responderam

Adam senta-se na mesa – então o que acham de sairmos esta tarde?

-Desculpa, mas a nossa banda vai ter uma reunião importante.

-Ho okay, e vocês?

-Eu vou ajudar a minha mãe – disse Bela.

Ele olha para nós – desculpa, nós vamos sair juntos – disse.

-Ho, não faz mal – ele se levanta e pega no seu tabuleiro, que ainda estava cheio de comida – eu vou andando – virou-se e saiu.

-Agora fiquei a sentir-me mal – disse Bela.

Kylo passa a mão nas costas de Bela para a confortar.



Saímos da escola e seguimos até a um parque infantil que havia ali perto.

Segui para um baloiço e sentei-me. Isac ficara no do lado, e Kylo sentara-se no restante.

Como não havia mais disponíveis, Bela sentou-se no colo de Kylo.

-Então, o que querias dizer? Está tudo bem? – perguntou Bela que parecia preocupada.

-Eu estou bem por agora – respirei – lembram-se da ilha das borboletas? Bem, eu fiz algo que pode parecer mau, mas foi por boas intenções.

Bela e Kylo olham para mim confusos.

-Eu com a ajuda do Isac, guardamos uma borboleta de lá.

-O quê? Porquê? – gritou Bela, ela é bastante protetora dos animais, e sabia que lhe ia magoar ao saber que eu teria tecnicamente tirado a liberdade da borboleta.

-Eu sei, mas ela está bem, eu tenho cuidado dela – disse – é questão é, eu apenas fiz isto por uma razão. A borboleta que eu trouxe foi a preta com as bordas avermelhadas, a que tem em teoria voltar a dar vida a uma pessoa que morreu injustamente.

Todos ficaram em silencio. Apenas se ouvia o vento e as folhas a arrastar pelo chão. Dando assim um ar mais frio à conversa.

-O teu pai – disse Kylo calmo.

Olhei para ele e sorri – sim.

-Não te preocupes, nós te ajudamos – disse Bela se levantando.

-Sim, tudo o que precisares – disse Kylo, e depois vieram até mim, e me abraçaram.

Desfizeram o abraço – mas como tencionas fazer? – perguntou Kylo.

-Bem em teoria, é só deixar a borboleta perto dele. Mas também pensei em levar alguns itens dele, mas nem sei se pode resultar – disse triste.

-Não te preocupes, o que interessa é que tentaste, e o facto de teres a coragem de o fazer, já é muito – tranquilizou-me Bela.

-Obrigada amiga, sabia que me iam apoiar.

-Claro – sorriu – quando tencionas o fazer?

-Amanhã – disse.

-Okay, estaremos lá – ela deu-me a mão.

Seguimos a pé até à escola para buscar o carro de Kylo. Mas acabamos por encontrar Adam, e tínhamos esquecido completamente que ele não nos podia ver.

-Ei, pensava que estavam todos ocupados – disse cruzando os braços com um aspeto de raiva – sabem, se realmente não se importam comigo ao ponto de inventar desculpas para não me verem, talvez eu não me importo também – disse se aproximando de nós.

-Desculpa é que – disse Kylo, mas foi interrompido por Adam.

-Desculpas? – deu uma gargalhada – eu não quero ouvir isso, sabem porque? Porque a partir de agora, eu vos odeio, ouviram? Odeio-vos – ele virou-se e saiu dali fazendo barulhos estranhos.

Ficamos um pouco assustados apenas olhado uns para os outros. Até que Isac quebra o gelo, mas talvez não da maneira certa.

-Bem, tecnicamente ele agora não nos vai chatear certo – riu Isac.

Olhamos para ele, com expressão "estás a gozar", pois agora que ele nos odeia, e com certeza que é pior do que nos adorar.

-É melhor irmos embora – disse Kylo.

Entramos no carro e fomos embora.

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