amizade a cima de tudo

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A noite tinha sido desagradável, só cheguei a dormir quatro horas. Obviamente depois do que aconteceu ontem a ultima coisa que queria neste momento era andar sozinha, então pedi para Isac vir até à minha casa. Sai à rua e ele estava com um grande sorriso a olhar para mim.

-Vamos – deu-me a mão.

Quando vou virar as costas noto algo estranho e fico a encarar o chão.

-Olha – apontei para uma poça de lama com a marca de umas pegadas – aquilo não estava aqui ontem.

-De certeza? – perguntou incerto.

-Sim. A lama está perto da janela, logo a pessoa não passou simplesmente aqui, ela provavelmente olhou para dentro – arrepiei-me.

-Ok calma, pode ter sido alguém só à procura da tua mãe, talvez uma amiga.

Ele olhou-me preocupado. Sei que está a tentar aliviar-me, mas eu tenho um mau pressentimento quanto a isto. E por mais que quero explicações estupidas, aparece sempre as mais assustadoras na minha cabeça. Primeiro barulhos, depois um sonho e agora pegadas. Isto não são meras coincidências.

-É melhor irmos – disse eu por fim.

10:30 a.m

Sentei-me na minha cadeira como era habitual. Tirei os manuais de português e coloquei em cima da mesa. O ambiente em minha volta parecia ter ficado mais escuro. Todos os alunos permaneciam sentados a falar mas parecia que as suas vozes estavam abafadas. Começo ouvir um bater que aparentava vir da janela, olho para a esquerda e observo novamente a mesma sombra. Estava fora da janela a olhar para dentro, como disse ao Isac sobre as pegadas.

Olhei para o meu peito e o colar não estava lá, porem não estava com a sombra também. Quando levanto a cabeça ela aparece na minha frente, onde antes estava a minha professora. Novamente do mesmo, parada e em silencio.

Levantei-me e fui até ela, mas quanto mais me aproximava, ela parecia cada vez mais longe. Como se fosse uma miragem. Parei e fiz exatamente a mesma coisa que ela. Segundos depois ela levanta o braço lentamente e aponta para a janela. Quando olhei tinha outra sombra lá fora, mas esta já parecia ser mais baixa. Tinha o meu colar e um gato preto no seu braço, e o mesmo parecia estar sonolento.

Espera, talvez seja...

-Midnight? – gritei.

O homem vira a sua cabeça e agora parecia olhar para mim. Ele pôs o seu braço direito por detrás das costas e tirou uma pequena arma, como aquelas que tem um dardo para deixar as pessoas a dormir. Ele aponta para mim, e como não tive reação ele atira e acerta no meu peito. Assim que sinto a dor caio no chão por impulso.

Estava a sonhar. Outra vez.

-Está tudo bem? – perguntou a professora perplexa enquanto os outros alunos olhavam para mim, uns a rir e outros confusos.

-Sim, posso ir à casa de banho?

-Claro – disse.

Sai olhando para o chão enquanto esfregava os meus olhos para me manter acordada. Entrei na casa de banho e passei água no meu rosto. Olhei no espelho e conseguia-se ver a minha cara de cansaço.

-O que se passa? O colar e agora o meu gato. Quem são estas sombras o que que querem de mim? – gritei furiosa e bati com força ambas as mãos na pia. No mesmo segundo umas pequenas rachas aparecem na mesma. Olho estranhamente para elas – o que está a acontecer comigo?

13:30 p.m

Mal chegou na hora de almoço nós os quatro juntamente com Dave e Fred nos reunimos na mesa para comer.

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