a viagem à lua

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28 Dezembro, sábado

-É questão de não ter medo e deixar o skate te levar – aconselhou Isac.

-Parece fácil – afirmei – mas para ter a certeza fica do meu lado.

-Está bem – riu-se e deu-me a mão.

Pus o pé esquerdo no chão e fiz força para empurrar o skate.

Enquanto andava cada vez mais depressa, Isac corria do meu lado ainda agarrado à minha mão.

-Consegui! – larguei-o e abri os braços.

Sentia o vento frio a esvoaçar os meus cabelos e dava-me a sensação de estar a voar.

-Cuidado! Tem neve aí há frente! – gritou ele.

Deixei o skate a andar sozinho e à medida que andava ia diminuindo a velocidade. Assim que estava próxima do monte de neve pus um dos pés no chão e parei-o.

Virei-o na direção contrária e voltei a pôr-me em cima.

-Chego aí rapidinho! – gritei.

Desta vez estava mais confiante e segura do que estava a fazer, neste caso fiz mais impulso. O que não deu muito certo pois acabei passando por Isac e previa que iria demorar para parar o skate como anteriormente. Então apenas saltei fora e deixei-o andar sozinho.

-Estavas com medo? – riu-se e foi buscar o skate.

-Já vi muitos a parar com o pé naquelas velocidades e dar com a cara no chão, não diria medo.

Ele se aproximou de mim – queres andar mais um pouco? Posso te ensinar a parar nessas situações.

-Não, prefiro ficar a ver – sorri – mostra lá o truque que aprendeste.

-Está bem – atirou a prancha para o chão e saltou-lhe em cima.

Andou reto e suavemente fez um semicírculo e voltou para trás.

Assim que passou na minha frente deu um salto no ar e o skate deu um pequeno rodopio simultaneamente.

-Uau – bati palmas – estou impressionada! Acho que até fiquei a gostar um pouco mais de ti.

Ele virou novamente e foi até mim.

-Passei o dia inteiro a treinar, tinha que sair bom – disse envergonhado – só um pouco?

-Sim, um pouco – passei a mão no seu cabelo – queres fazer uma corrida? Aposto que chego mais rápido do que tu.

Ele riu-se – duvido – começou a andar no skate num passe rápido e eu fui atrás do mesmo.



31 Dezembro, terça

Tirei uma pequeno camisa de alças preta com um padrão de estrelas, vesti umas mom jeans e calcei uns all stars pretos.

-Assim que saíres por aquela porta, a tua mãe vai te fazer voltar atrás e vestir cinquenta camadas de roupa – comentou mid e de seguida lambeu suas patas.

-Nem está assim tanto frio, já estou habituada. E vou levar um casaco – tirei um velho casaco do meu pai do armário – satisfeito senhor gato?

Ele ignorou-me e deitou-se na cama a brincar com o peixe de peluche que Athena e Lily haviam lhe dado.

Olhei-me ao espelho e dei uma pequena ajeitada ao cabelo. Abri a minha caixa de colares e tirei a gargantilha com pingente do gato preto que Isac havia-me oferecido no meu aniversário. Já não usava há algum tempo.

midnight secretsOnde histórias criam vida. Descubra agora