o retorno das 5 fases

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Dia 5 de outubro, sábado 

Hoje era o dia que havíamos marcado para tentar trazer o meu pai de volta à vida.

Estou completamente nervosa, parece que tenho sentimentos a cair como chuva em cima de mim.

Apenas pode acontecer duas coisas, ou o meu pai consegue voltar à vida e volto a ter a minha família reunida e feliz. Ou pode resultar em nada e acabar com o meu coração partido outra vez. Espero que seja a primeira, pois acho que não iria aguentar sentir que o perdi novamente.

Mas para tirar a minha cabeça desses pensamentos e perguntas que não podiam ser respondidas, decidi pintar um pouco.

Peguei na minha maleta de pintura, e tirei todos os materiais que achava necessário. Os meus pincéis, tintas, paleta, papel, e um frasco para meter água.

Coloquei o meu cd do Micheal Jackon – Thriller, e preparei tudo a modos de pintar.

Sentei-me no chão e olhei em volta à procura de inspiração. Assim que olhei para a janela, e vi os raios de sol a entrar pela mesma, decidi abrir ela. No mesmo segundo midnight saltou para a mesma, que deixou cenário mais bonito.

-Perfeito – disse e sentei-me no chão.

Peguei no pincel e comecei a pintar.

Midnight apenas olhava para mim com um sorriso, e não parecia preocupado com o facto que teria de estar ali na mesma posição durante os próximos minutos.

Continuo a pintar concentrada, mas veio uma ideia à minha cabeça – achas que vamos conseguir? – perguntei ao midnight, na esperança de ele responder com um miado, que seria um sim. Mas ele não disse nada.

Inspirei, e depois soltei o ar. Fiquei com medo, ele responde sempre. Mas pensando melhor, talvez ele apenas não sabe a resposta.

Fiquei a pintar por mais uns minutos – terminei – disse e o mesmo veio até mim e ficou olhando o meu quadro.

-Gostas-te?

-Miau.

Dei um sorriso, e voltei a pintar os restantes detalhes.

Momentos depois, já era quase hora de almoçar. Então pus a comida no forno e fiquei à espera do Isac.

Todos os sábados nós comemos juntos, já que a minha mãe trabalha, e eu não tenho companhia.

-Cheira tão bem – disse ele entrando em casa – qual é a ementa de hoje?

-Lasanha – respondi tirando ela do forno e pondo-a na mesa.

Isac esfrega as suas mãos na barriga.

-Minha mãe que a fez, por isso deve estar ótima – disse.

-Que querida - comentou ele, pegou em alguns pratos e foi pondo na mesa.

-Sim – fiz uma pausa – sabes, não consigo imaginar o quão feliz ela iria ficar se visse ele - Isac olha para mim com um olhar triste.

-Espero que dê certo, vocês merecem – disse ele.

-Eu também. A minha mãe parece que perdeu a vontade de amar, mesmo sabendo que eu não me importo que ela ame outra pessoa, ela nega-se a amar alguém que não seja meu pai. Ela prefere passar o resto da vida sozinha do que deixar ele no passado. Até acho lindo da parte dela – sorri.

-Sim, e eu até acho que não iria conseguir amar outra pessoa – sorriu para mim.

Peguei nos talheres e copos, e coloquei na mesa. Ambos nos sentamos e começamos a comer.

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