Apartamento 504

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AMANDA

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AMANDA


Abri os olhos sentindo a claridade do quarto me incomodar. Eu havia ido dormir tão tarde na noite anterior que nem lembrei de fechar as janelas do quarto. Notei o livro amassado ao meu lado na cama e respirei fundo, mais uma noite em que virei para colocar as matérias da faculdade em dia.

Senhor, por que eu não poderia ter nascido com um diploma nas mãos? É cruel ter que batalhar diariamente por uma profissão.

Fui direto para ao banheiro tomar um longo e relaxante banho para acordar. Pelo horário minha colega de Apartamento ainda não havia voltado do trabalho, então depois do banho decidi comer alguma coisa.

Michelle e eu decidimos dividir o apê depois que nos conhecemos na facul. Ela morava com os pais em um bairro muito afastado e eu estava procurando independência da minha família.

Obviamente eles não aceitaram minha mudança para o "subúrbio" facilmente. Meu pai era um dos empresários mais bem pagos de São Francisco com mais de oito academias de artes marciais espalhadas pelo Estado da Califórnia, enquanto minha mãe tinha uma agência de modelos, agência a qual eu fui obrigada a desfilar durante toda a minha vida.

- Amandinha, cheguei! - ouvi a voz da Michelle no corredor e saindo quarto.

- E aí Mih, como estão as coisas no mundo dos diurnos?

Ela riu enquanto deixava algumas sacolas no balcão da cozinha.

- Um caos, a movimentação no condomínio está grande, parece que a disputa pelo cargo de síndico está rendendo muitas tretas - ela pegou um Danone e começou a comer depois de jogar outro para mim.

- A Farrah é maluca, nunca na minha vida eu bateria de frente com a satanás.

- Lógico, você só dorme meu bem - riu - passou a noite estudando de novo?

- Eu ainda não consigo entender aquele cálculo maldito... Sério, assisti tantas vídeo aulas que sinto meu cérebro virando sopa.

Ela riu.

- Por que não aceita participar das aulas de tutoria com o Chris?

- Porque seu namorado é um sádico? - arqueei a sobrancelha - desculpa amiga, mas você sabe o quão cruel ele pode ser quando está na faculdade.

Ela respirou fundo.

- É... eu sei.

Encarei seu semblante triste e cansado.

- Conseguiram de acertar? - deixei o pote vazio de danone na bancada.

- Mais ou menos, essa rotina tem acabado com nosso relacionamento. Eu chego em casa morta de cansaço, depois tenho que ir para a faculdade ou quando estou no apartamento dele, ele está afogado em trabalhos, provas ou preparando aulas... Acho que depois de cinco anos não tem nada de novo entre a gente.

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