Apartamento 601

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JÉSS

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JÉSS


- ... Eu não quero saber se você tem conta pra pagar, eu também tenho – bufei de ódio enquanto apertava o celular entre a mão.

“ Eu já disse que vou te dar o dinheiro, mas espera entrar mais alguma coisa na loja. Eu tive que pagar os funcionários ontem e fiquei sem dinheiro”

- Seu filho precisa de material para a escola e eu não vou ficar me matando dia e noite na pizzaria para comprar tudo sozinha. Que porra, Tom!

Ouvi ele respirar fundo.

“Me da dois dias que eu consigo o dinheiro, vou adiantar uns recebimentos aqui... Você não é a única que está se fodendo nessa história. Seria muito mais fácil se você parasse de cu doce e aceitasse morar comigo”

- E iria mudar o que? Eu saio da casa da minha mãe e vou para a casa da sua mãe? Pelo menos contra veneno da minha eu já criei resistência.

“ Você não me ajuda Jess...”

- Nem você a mim, agora me esquece e transfere a porra do dinheiro em dois dias.

Desliguei o telefone sem deixá-lo dizer mais nada. Estava me arrumando para sair mais cedo de casa quando o infeliz do pai do meu filho me liga.

- Mamãe – Bernardo entra no quarto com uma garrafinha de suco – pede pra vovó me deixar assistir desenho?

- Bê você já ficou a manhã toda nesse desenho, chega... O que acha de brincar um pouco lá fora? Podemos ver se o Lolo e o Ian podem brincar com você.

- Mas mamãe... – ele fez bico e eu coloquei as mãos na cintura.

- Jéssica, vai ficar até que horas dentro desse quarto? – minha mãe gritou da cozinha e eu respirei fundo. Tenha Santa paciência.

- A mamãe vai resolver algumas coisas e você vai ficar com a vovó, nada de desobedecer hein?

- Está bem – disse tomando seu suco.

Ouvi mais algumas reclamações da minha mãe e comentários sobre a cor do meu cabelos estar “ridícula” e imprópria para uma mãe. Dei um beijo no meu filho e decidi sair uma hora mais cedo para ir trabalhar.

Coloquei os fones de ouvido e fechei os olhos quando entrei no elevador. Em partes Tom estava certo, eu não podia viver com minha mãe pra sempre, por mais que ela me ajudasse com o Bernardo, muitos dos seus conceitos não eram mais os meus e eu tinha que ficar quieta por respeito a ela.

- Oi Jess – uma voz me chamou e eu abri os olhos encontrando os pares azuis e encantadores de Jeramy, o vizinho 601.

- E aí Jeramy – tirei um dos lados do fone – já sabem em quem irão votar para a nova síndica?

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