Capítulo 4 - O efeito Jéssica

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        Após cinco rodadas eu já havia beijado quase todas as garotas, faltando justamente a mais difícil, Fernanda. Nunca me intimidara por garota alguma, no entanto aquela era como um solo que tínhamos de pisar com bastante cuidado. Decidi dar um espaço e não ficar tão em cima dela. Algumas pessoas decidem ficar jogando, eu resolvo sair um pouco e beber mais umas duas doses de tequila. A cabeça já rodopaiva tal qual um gira - gira. Tia Jéssica se aproxima de mim pelas costas:

        - E aí, gatinho? Quer dar uns pegas? - Eu sabia que era pura ironia dela.

        - Não contigo, gata de cabelos loiros. - Me sirvo da dose generosa de Tequila.

        - Já te falei sobre o efeito Jéssica? - Tia senta-se ao meu lado.

        - Não. - Entorno o pequeno shot rapidamente.

        - É quando você bebe muito, muito, até que se torne uma Rainha glamurosa. Bem, no seu caso, vai se tornar o Rei garanhão e não pode ir embora sem passar seu precioso numa dessas garotas. Seja digno de Jéssica. - Ela me dá um tapinha no ombro e se afasta e dançar.

        Droga! Preciso convencer a Fernanda de que seria bom ficar comigo, ou então passaria para a Paula novamente. Tudo menos paula esta noite. Após tomar um outro shot da tequila, saio cambaleando pela sala na direção de Fernanda. Nesta altura do campeonato seria muita hipocrisia eu acreditar que bolaria uma boa estória, daquelas que faria a calcinha dela molhar profundamente. Estórias sobre melosidades e amor por um bonito cara. Encostando próximo a ela, usei o único artifício que imaginei ser bom o suficiente para colar:

        - Nanda, ouvi falar que gosta de coisas vintages e antigas. Procede? - Ela me avalia.

        - Sim, possuo apreciação por coisas desse tipo.

        E eu possuo apreciação por seu corpo, gostosa. - Dou um sorriso com o puxar dos lábios e completo. - Tenho uma coleção de discos de vinil.

        Isso tudo era uma mentira, quer dizer, a coleção de vinis pertencia a COllin. Eu teria de brigar ou barganhar par apoder pegá-la por algum tempo. Tendo em vista que a condição do meu crédito com ele está bem baixa, teria de aprtir para a primeira opção. Fernanda aceita dar uma olhada na "minha" coleção de coisas antigas. Pegando em sua mão, rumamos para a porta do corredor e me assusto ao ver a porta do quarto de Collin aberta. Das duas uma, ou ele estava na festa, ou...

        - Solta minha gata, sua palhaça. Não... - Jogo a cabeça para trás incrédulo. - Fica aqui.

        Saio correndo pelo corredor e me deparo com Collin atracado com Ana, que pintava o rabo da nossa gata Lulu com um espéxie de cola colorida. Collin puxara a gata com certa violência. Me aproximo:

        - Porra, Collin. Não quer participar, se tranca no teu quarto, cara.

        - Eu fico onde eu quiser.  - Ele protesta petulante.

        - Papai deixou eu dar a festa. EU comando a casa hoje. - Tento parecer mais claro. Ele estava perdendo.

        - Engraçado, pois estou procurando seu nome na propriedade até agora. - Ele segura Lulu e parece tão seguro de si quanto eu. Merda, odeio ter de agir assim.

        - Deve estar junto com a sua moral e relevância, Collin. Ou seja, deve estar bem perdida. Na verdade, acho que nem existe. - Dou de ombros e as pessoas ao redor começam a dar vaias aglomerando-se para ver tudo.

        Merda, merda, merda. Acabei de dar mais u mtiro no meu próprio pé. Me desculpei, porém desta vez o humilhei na frente de todos. 

        - Você é um babaca, Calvin. 

        Para além das palavras que ele dissera, o pior é encarar a sua expressão. Aquela cara de tristeza oculta me fez retroceder e me martirizar em meus pensamentos. Ele não se demora e vejo que vai até tia Jéssica, não tenho certeza se faria fofoca. E bem, se fizesse, ela ainda me daria a devida razão. Tia Jéssica está a porta e parece conversar com alguém. Sim, era uma mulher. Aproximo-me um pouco a fim de tentar entender o que Collin dizia para ela. Não consigo ouvir nada além de outra voz, er a ada mulher:

        - Jéssica, você é minha última saída. Ele está vindo atrás de mim. Você o conhece, sabe que ele pode ser o demônio quando o devem.

        - Grazi, me perdoa. Eu não posso te dar esse dinheiro, ele está investido em ações. Queria poder te ajudar. - Enquanto tia falava ela passava os braços ao redor de Collin. A moça entrara em prantos e dizia:

        - Jéssica, ele vai me matar o mais rápido. Por favor.

        - Grazi, se quiser entrar e se acalmar, sinta-se à vontade. Mas quanto ao dinheiro, me desculpe, não posso. - A loira parecia realmente sentida pelo seu timbre de voz.

        - Esquece, Jéssica. Valeu aí pelo tempo. - E a mulher deu as costas e começou a descer o lance das escadas. 

        - Grazi - Tia ainda tentou gritar por ela, porém ela não vira.

        O tilintar ao atingir o chão me fez olhar par aa cena que se seguiu. Collin passara o portal e apnhara um molho de chaves ao chão. Na certa da moça. COllin, sempre tão cavalheiro, sempre tão bom, e assim correu atrás dele. Desceu o lance da escada igual a moça anterior. Ele gritava algumas palavras, entretanto o efeito do álcool não me permite racionar, exceto talvez, pela vonta de ter o corpo de Fernanda. Desconsidero toda a cena e volto para meu principal objetivo, algo que realmente me preocupava.

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