Capítulo 7 - Desaparecido

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                        Apesar de toda a preguiça e ressaca, sobretudo a segunda afirmação, me mantive de pé e ajudei a deixar o apartamento um brinco. Estava do mesmo jeito que quando meus pais saíram ontem. Eu, tia Jéssica e tia Paloma fizemos uma lasanha rápida para o almoço, comemos, depois tentamos tirar um cochilo. Aquela casa parecia um paraíso sem Collin com seu choro diário e seu incômodo reclamar todas as horas. Era uma pena que já se aproximavam das cinco agora, e segundo ele, voltaria as quatro. Ou seja, já devia estar voltando do ensaio fracassado com as garotas fracassadas do grupo dele. Uma regra simples da minha escola: Se você se juntar com o perdedor, você se torna um verme pior do que ele. Um sangue ruim, assim como chama a Hermione no Harry Potter.

                Fernanda foi embora pela manhã e fiquei feliz que ela me permitiu terminar o que começamos, e fomos interrompidos por Collin. Foi gostoso, ela realmente fez Jus a toda expectativa que depositei nela durante muito tempo. Só penso em como Collin reagirá quando descobrir que seu álbum em LP Bad de Michael Jackson fora levado. Sim, eu autorizei que Nanda ficasse com ele, afinal era uma causa mais útil. Ela valia mais à pena e além do mais, eu estava bêbado. Só que não pretendo pegar de volta.

                Sinceramente? Não vejo a hora do Collin ser mesmo mandado para esse curso em Londres, além de ser bom para ele, vai ser o céu para mim. Sem divisões, sem restrições sobre como ele ficaria magoado caso eu dissesse algo. Antes a Sofia passando sermão do que ele, minha própria imagem. Mantenho meus pés sobrepostos em cima do braço do sofá, enquanto meus braços estão atrás da cabeça. Permaneço à vontade na poltrona direita da sala. Tia Jéssica está na outra com uma porção de gelo na testa, a ressaca a pegara pior que a mim. Tia Paloma estava agachada do lado dela e mexia em seus cabelos:

                - Eu te digo para não beber tanto. Olha seu estado, Jé.

                - Beber é vida, melhor que estar morrendo por outras coisas, Lomita. Agora me beije. – E tia Jéssica molda os lábios para ser beijada.

                Rapidamente elas dão um beijo tranquilo e eu passo a mão por meu tronco nu, relembro a noite passada e de toda sensação de tê-la do jeito que eu queria. Incrível. Estava ainda vestindo apenas uma box preta, não tinha vergonha das tias. De qualquer forma, eu não tenho problemas com o meu corpo, ele é gostoso porque eu o faço ficar assim. O que é bonito é para se mostrar.

                - Tia Jéssica, estive sob o seu efeito na noite passada. – Digo.

                - Isso mesmo, é bom seguir as regras do jogo, Cal. Quem foi a sortuda? – Ela me olha com a sacola de gelo na cabeça.

                - Fernanda, aquela dos cabelos com mechas rosa. Ela é foda, no sentindo literal também. – Continuo a passa a mão pelo tronco. – Respiro fundo e fecho os olhos imaginando quando toda minha boca passeou pelo corpo dela, e vice – versa.

                - Hum... Interessante. Está aprovado com pontos na tia Jéssica. – Ela faz um gesto com a mão de continência, mesmo que deitada.

                - Vocês dois são o demônio juntos. – Tia Paloma levanta e caminha até a sacada do apartamento olhando para baixo.

                A tia parece procurar algo na rua, mas não sei ao certo o quê. Cruzo uma perna em cima da outra e olho para o teto quando o telefone toca. Procuro ele pela cadeira e o pego:

                - Alô?!

                - Oi, filho. Como estão as coisas? – Era mamãe.

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