Capítulo 10

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Ellara

No momento estamos na sala somente eu, Sarah, Triece e Eliza conversando até que a mais velha de nós pergunta, interrompendo tudo.

- Ellara, eu gostaria de perguntar algo, se não lhe muito incômodo ou invasivo é claro. Josehp me contou tudo muito brevemente, mas o que aconteceu entre você e sua mãe? - pigarreio na cadeira e solto um suspiro compreensivo enquanto as mulheres me encaravam à espera de uma resposta.

- Quando eu fiz 18, o meu relacionamento com minha mãe começou a piorar, nos frequentemente nos desentendíamos e isso só foi indo de mal a pior. ela é uma mulher um tanto rígida e mente fechada, principalmente por que foi criada aos costumes cristãos e tudo mais. Eu também fui, é claro mas... Eu sempre achei que eram palavras vazias e sempre questionava mentalmente o que falavam. Quando eu fiz 18, eu descobri que consegui um bolsa de estudos de 60% para ir estudar em Cambridge. Eu havia trabalhado na minha adolescência e ganhado dinheiro justo para aquele momento. Infelizmente ainda faltou e eu precisava. Meu pai, disse que ajudaria mas minha mãe foi contra. Ela queria que eu ficasse no Brasil, mas eu sabia que se eu ficasse acabaria enlouquecendo e precisava sair de lá o quanto antes. Eu fui. E nem olhei para trás... E ela me disse uma frase que até hoje ressoa na minha cabeça '' Não sou eu que preciso de você, é você que precisa de mim '' - eu rio sem emoção.

''O irônico é que depois de todos esses anos, que sempre me ligou primeiro foi ela. Mesmo que seja para reclamar de algo que eu tenha feito. Eu comecei a ser estagiaria de uma empresa aos 20 mas, logo depois que conheci o senhor Clarke e o ajudei com um corte pelo grampeador ele me convidou para trabalhar para ele. Eu aceitei. O pagamento era melhor e eu precisava do dinheiro. Então eu fiz 21 e algo aconteceu, minha mãe soube e eu tive que voltar ao Brasil. Tivemos uma briga feia mas eu finalmente falei algo antes de ir embora que estava entalado em mim. ' Eu não preciso da senhora, passei todos esses anos sozinha e sempre foi você quem sempre ligou primeiro, então quem precisa de quem aqui?' Eu fui embora e não olhei mais para trás as poucas vezes que nos falamos são sempre sobre Sofia e olhe lá''

- Vale até dizer que ela ficou ainda mais furiosa depois de descobrir que eu já beijei mulher, entre outras coisas... - rio sem emoção e todas dão um meio riso.

Sarah pousa sua mão em cima da minha e agradeço com o olhar, de certa forma me senti melhor em desabafar tais coisas. Não choro. Apenas aprecio o carinho. Após tantos anos uma parte minha congelou e se tornou um imenso caminho de apenas gelo. Chorar pareceu se tornar supérfluo, inútil. Seja fria, como o gelo e nada vai te atingir. Nem ele, nem ninguém.

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Quando saí da casa dos Clarke, já era relativamente tarde. Amanhã tinha trabalho e ainda precisava arrumar a casa e o quarto de Sofia já que faltavam algumas semanas para a chegada dela. Eu esperava o motorista que pedi por aplicativo quando ouço uma buzina e um carro aparece em minha frente. E não era o motorista.

- Cancele a corrida e entre no carro, eu te deixo em casa. - claro que Arthur falaria em seu modo autoritário e babaca.

- Não obrigada o motorista já deve estar chegando. - não sei do que sou capaz de fazer ficando à sós com Arthur num carro com ele e todo seu sex appeal.

- Puta merda Ellara. Não seja teimosa vamos!

- Peça com educação.

- Você está enrolando até que que o motorista chegue mas saiba que vou dispensá-lo. - apenas levanto a sobrancelha o desafiando. Ele me encara e eu sustento até que ele se dá por vencido - Por favor entre no carro.

Sorrio vitoriosa, cancelo a corrida e entro naquele mercedes. Claro que isso traz memorias de ontem quando estava bêbada e o chupei na frente da minha casa. Instantaneamente um calor percorre meu corpo e me sinto ruborizando.

- Se me permite, eu poderia saber o que você, minha mãe e minhas irmãs tanto conversaram?
- Não, não permito. - sim fui grossa, mas meu passado era algo que estava disposta a enterrar.

Involuntariamente, olho para a parte de sua calça e percebo um volume. Claro que me lembro da noite anterior. Seu olhar queima sobre mim, quente, intenso, implacável.

- Jante comigo, por favor. - concordo relutante. Eu estava com fome afinal e eram quase oito da noite.

- Só não me leve a um restaurante francês por favor. - faço uma careta e isso lhe arranca uma risada.

- Terei de mudar o trajeto então. Mas, diga-me, qual o problema de comida francesa? - olho para ele incrédula como se fosse óbvio.

- A única comida francesa que '' presta '' são as sobremesas. Chega a ser desproporcional o tamanho do prato à comida. E parece que os homens só gostam de levar as mulheres á restaurantes franceses. Pelo amor de Deus, italianos são muito melhores.

Desta vez, Arthur gargalha.

- Então, vamos.

oii povo desculpem o sumiço

mas aqui está

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Arhur Clarke - Série: Os Clarke. (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora