Aniversário de Anne

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Ficamos olhando um para o outro, eu esperando uma resposta e ela muito provavelmente calculando exatamente o que dizer. Até que ela solta o básico.

-Eu me chamo Ruby, e a muito tempo atrás consegui a imortalidade, foi horrível, e prefiro não comentar sobre isso agora. -Ruby disse.

-Sou Rafael, minha história não é lá essas coisas mas também prefiro não comentar.

-Tem relação com a morte daquela senhora? - ela perguntou entusiasmada.

-Não se ache uma detetive, mas sim, foi a mesma pessoa que me matou, meu pai. 

-É dele que você sente ódio?

-Também, mas o maior ódio que sinto é por mim, fui tolo em não ouvir meu irmão, ele sempre dizia para irmos visitar minha mãe e minha avó, mas por fim eu sempre dizia não e agora perdi todos eles.

-Eu entendo, quer ajuda para vingar todos eles? - ela perguntou com um olhar tão doce que nem parecia que estava me oferecendo ajuda para matar alguém.

-Que tipo de pessoa você acha que eu sou?

-Que tipo de pessoa você é?

-Não dá pra deduzir de cara?

-Eu pareço uma detetive?

-Precisava ser grossa?

-Foi grosseiro pra ti?

-Você sempre responde uma pergunta com outra?

-O que você acha?

-Chega, eu desisto.

Ela ri.

-Não sei se devo matá-lo, tenho receio.

-Acho que já entendi. Se for esse o caso, tem medo que ele sinta ódio de você, acabe se tornando imortal e matando todos que você ama. é isso?

-Exatamente, mas logo saberei como prosseguir!

-Rafael, posso te pedir um favor?

-Não prometo fazê-lo.

-Quero que não pare de falar comigo, sei que pode ser um pouco estranho e repentino mas eu estou sozinha a tanto tempo que nem me lembro quando foi a última vez que tive um amigo.

-A quanto tempo você deveria estar morta?

-Entre três e cinco séculos.

-Na média 400 anos, com um rosto de 20, bom, acho que precisarei de companhia pela eternidade, então farei esse favor para você, serei seu amigo!

-Você fala isso como se só eu ganhasse algo.

-Enfim, recomendo que deixe essa história da minha avó de lado.

-Deixarei, até outra hora Rafael. - Ela falou saindo pela janela.

Me deito na cama, e após alguns minutos Pedro entra no quarto.

-Rafael, você comprou o presente de Anne? Espero que não tenha esquecido que amanhã é o aniversário dela. - Pedro disse.

-Eita...

[Part. Ruby]

Finalmente tinha encontrado um amigo, após muito tempo vivendo sozinha. E o melhor, tinha certeza de que este não iria morrer.

-Quem é você? - Um homem que me viu saindo da casa de Rafael perguntou.

-Eu quem pergunto, quem é você?

-Sou Júlio, pai de Rafael. - Ele respondeu sorrindo.

-O homem que matou aquela senhora está na minha frente, tenho que agir rápido, não, Rafael me disse para deixar isso de lado. - Pensei - Sou Maria, amiga dele. -Dei de ombros e saí andando.

História de um Imortal - Rafael, o imortalOnde histórias criam vida. Descubra agora